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05/04/2007 - 13h55

Dólar baixo não tem solução no curto prazo, diz Miguel Jorge

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O novo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, já mandou um recado aos setores que cobram do governo medidas para conter a apreciação do real em relação ao dólar: não há solução no curto prazo. Ele defende ações para melhorar a produtividade e eficiência das empresas brasileiras.

"Dificilmente a questão do câmbio será resolvida no curto prazo. O que precisa ser feito no caso da indústria é aumentar o ganho de produtividade para aumentar a concorrência", afirmou o ministro, que ocupa o cargo há uma semana.

Na avaliação do ministro, medidas como a redução de alíquotas de importação, desonerações e aumento da TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul são tópicas e não resolvem os problemas enfrentados pelos setores produtivos. "É mais ou menos como tomar aspirina para a febre. Reduz a febre, mas não resolve o problema que a causou."

Para ele, é necessário ganhar produtividade e eficiência, já que as desonerações ajudam apenas os setores que passam por alguma dificuldade, mas só no curto prazo.

Ainda assim, ele admite que algumas medidas podem ser tomadas para a modernização da indústria, como a redução de impostos para bens de capital e equipamentos.

O ministro lembrou que no início dos anos 90, quando o Brasil abriu o seu mercado para as importações, a indústria automobilística precisou "se repensar" e hoje tem uma competitividade muito maior, o que tornou os veículos de passeios produzidos no país um dos principais produtos da pauta de exportações brasileira.

Jorge acredita que a redução da taxa de juros apenas ajuda a amenizar os problemas causados pela baixa cotação do dólar, que atinge principalmente as empresas exportadoras, mas que é preciso mais do que isso.

Ele acrescentou ainda que o dólar deverá continuar cotado pouco acima de R$ 2. Um dos fatores que contribuem para isso é o risco-país, que está em torno dos 162 pontos, o nível mais baixo já registrado.

"A solução definitiva passa pela queda dos juros, mas definitiva mesmo só o aumento da produtividade e da eficiência. (...) O risco-país mostra que vai ser difícil que a taxa de câmbio mude", disse.

Banco Central

Jorge evitou fazer críticas ao Banco Central. Afirmou ainda que não irá dar voz aos setores que criticam as políticas fiscal e monetárias do governo.

"Certamente não [vou fazer isso]. Quando você está no governo você está em um time. São onze jogadores e um técnico. Se não segue as orientações, substitui-se."

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