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13/04/2007 - 08h37

Lucro de empresas que têm ações em Bolsa mais que triplica no governo Lula

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IVONE PORTES
da Folha Online

O lucro das empresas de capital aberto mais que triplicou durante os quatro primeiros anos do governo Lula em relação à segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso. Os setores bancário, de mineração, siderurgia e energia elétrica foram os que mais lucraram, segundo levantamento feito pela consultoria Economática.

De 2003 a 2006, período do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o lucro de 280 empresas de 19 setores (excluindo Petrobras) atingiu R$ 232,9 bilhões, contra R$ 67,2 bilhões do último mandato de FHC, o que representa um incremento de 246%.

O presidente da Economática, Fernando Exel, avalia que a desvalorização do dólar em relação ao real, os cortes na taxa básica de juros da economia e a alta das commodities favoreceram o desempenho das empresas nos primeiros quatros anos do governo Lula.

"O câmbio teve peso fundamental no resultado das empresas. Entre as grandes, muitas têm financiamento em moeda estrangeira. Portanto, se o dólar sobe, elas ficam mais endividadas. Se a moeda cai, elas precisam de menos reais para pagar as dívidas", disse.

Somente de 1999 a 2002, período do segundo mandato de FHC, a ptax (taxa média do dólar calculada pelo Banco Central diariamente) subiu 192%. Nos quatro anos seguintes, entretanto, a divisa acumulou queda de 39,5%.

Entre os fatores que fizeram o dólar subir durante a gestão de Fernando Henrique estão a mudança do regime cambial, em 1999, e a crise de confiança no período pré-eleitoral de 2002, devido ao temor do mercado de uma mudança radical na política-econômica do Brasil.

"O Lula teve sorte também de o mundo entrar em um cenário de hiperatividade", afirmou Exel.

Segundo o presidente da Economática, esse aquecimento da economia global, principalmente de países asiáticos, como a China, elevou a demanda por commodities --ferro, cobre, petróleo, entre outros.

Bancos

O setor bancário foi o campeão de lucratividade pelo oitavo ano seguido, apesar da queda nos ganhos em relação a 2005, por conta principalmente de operações de amortização de ágios referentes a aquisições feitas pelos bancos Itaú, Bradesco e Unibanco. Desde 2000, o setor não apresentava queda nos resultados.

O lucro dos bancos atingiu R$ 18,4 bilhões no ano passado, contra R$ 20 bilhões em 2005. Entre o segundo governo de FHC e o primeiro de Lula, o resultado do setor quase dobrou. Passou de R$ 33,8 bilhões para R$ 67 bilhões.

"Os cortes no juro estimularam as operações de crédito dos bancos nos últimos quatro anos. Além disso, o setor é muito bem representado na Bolsa", afirmou o presidente da Economática.

As empresas de mineração, que inclui a Companhia Vale do Rio Doce, saíram de um lucro de R$ 12,7 bilhões para R$ 36,9 bilhões entre o segundo governo de FHC e o primeiro de Lula. Na mesma comparação, os ganhos no segmento de siderurgia e metalurgia saltaram de R$ 4,7 bilhões para R$ 32,4 bilhões. Energia elétrica saiu do prejuízo de R$ 6 bilhões para lucro de R$ 30,5 bilhões.

Todos os dados foram elaborados pela Economática com base nos balanços encaminhados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Os valores foram deflacionados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE).

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