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11/05/2007
-
10h24
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo
Mesmo com o acordo fechado ontem, a Petrobras perdeu dinheiro com as refinarias na Bolívia. Ao todo, a estatal investiu US$ 136,6 milhões na compra e nos projetos de modernização e ampliação de capacidade das refinarias no país.
Durante o processo de privatização do setor de petróleo na Bolívia, a Petrobras pagou US$ 104 milhões pelas refinarias. Desde então, investiu mais US$ 32,6 milhões em melhorias.
Para Adriano Pires, diretor da consultoria CBIE, apesar de a Petrobras ter perdido dinheiro, a "solução foi a mais sensata" dentro do atual contexto.
É que, desde o decreto de domingo, que fixou o preço dos petróleo no mercado interno a US$ 30 o barril e deu a estatal YPFB o monopólio das exportações, as refinarias ficaram "com fluxo de caixa zero" e sem valor de mercado.
"Foi uma saída de bom senso. E o prejuízo não é tão grande diante do lucro de cerca de R$ 5 bilhões que a Petrobras deve ter no primeiro trimestre". A estatal divulga balanço hoje.
Para Pires, a Petrobras depende do gás e, caso levasse a questão à arbitragem internacional, poderia "incitar movimentos sociais" na Bolívia.
Negociação simbólica
Para o professor Edmar Almeida, da grupo Economia da Energia da UFRJ, a negociação foi mais "simbólica", com o objetivo de marcar uma posição da Petrobras de não aceitar decisões fora do escopo dos contratos e das regras estabelecidas. A lei boliviana previa a indenização.
"A negociação ficou dura porque a Petrobras não quis ceder. O prejuízo é pequeno. Ela quis marcar uma posição dentro de um problema que é muito maior, pois o Brasil depende do gás da Bolívia num momento em que há risco de suprimento", disse Almeida.
Como há dúvidas sobre os próximos passos da Bolívia no processo de nacionalização, diz, a Petrobras preferiu mandar o recado de que não aceitará quebras de contrato.
Pires afirma, porém, que a estatal deveria ter adotado uma posição mais firme desde as ameaças de nacionalização com a Bolívia, e não só agora.
Bom negócio
Segundo Pires, a Bolívia fez um bom negócio, pois vendeu refinarias obsoletas e as reassumiu agora modernizadas e mais valorizadas. Ele estima em US$ 200 milhões o valor das duas.
De acordo com a Petrobras, durante a sua gestão das unidades na Bolívia, os investimentos "otimizaram os processos" e permitiram o aumento de capacidade das refinarias. O nível de produção de diesel aumentou 44%. No caso do gás de cozinha, o aumento foi de 62%.
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Mesmo com o acordo fechado ontem, a Petrobras perdeu dinheiro com as refinarias na Bolívia. Ao todo, a estatal investiu US$ 136,6 milhões na compra e nos projetos de modernização e ampliação de capacidade das refinarias no país.
Durante o processo de privatização do setor de petróleo na Bolívia, a Petrobras pagou US$ 104 milhões pelas refinarias. Desde então, investiu mais US$ 32,6 milhões em melhorias.
Para Adriano Pires, diretor da consultoria CBIE, apesar de a Petrobras ter perdido dinheiro, a "solução foi a mais sensata" dentro do atual contexto.
É que, desde o decreto de domingo, que fixou o preço dos petróleo no mercado interno a US$ 30 o barril e deu a estatal YPFB o monopólio das exportações, as refinarias ficaram "com fluxo de caixa zero" e sem valor de mercado.
"Foi uma saída de bom senso. E o prejuízo não é tão grande diante do lucro de cerca de R$ 5 bilhões que a Petrobras deve ter no primeiro trimestre". A estatal divulga balanço hoje.
Para Pires, a Petrobras depende do gás e, caso levasse a questão à arbitragem internacional, poderia "incitar movimentos sociais" na Bolívia.
Negociação simbólica
Para o professor Edmar Almeida, da grupo Economia da Energia da UFRJ, a negociação foi mais "simbólica", com o objetivo de marcar uma posição da Petrobras de não aceitar decisões fora do escopo dos contratos e das regras estabelecidas. A lei boliviana previa a indenização.
"A negociação ficou dura porque a Petrobras não quis ceder. O prejuízo é pequeno. Ela quis marcar uma posição dentro de um problema que é muito maior, pois o Brasil depende do gás da Bolívia num momento em que há risco de suprimento", disse Almeida.
Como há dúvidas sobre os próximos passos da Bolívia no processo de nacionalização, diz, a Petrobras preferiu mandar o recado de que não aceitará quebras de contrato.
Pires afirma, porém, que a estatal deveria ter adotado uma posição mais firme desde as ameaças de nacionalização com a Bolívia, e não só agora.
Bom negócio
Segundo Pires, a Bolívia fez um bom negócio, pois vendeu refinarias obsoletas e as reassumiu agora modernizadas e mais valorizadas. Ele estima em US$ 200 milhões o valor das duas.
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