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29/05/2001
-
21h00
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Os funcionários das principais indústrias de chuveiros do país vão tomar banho de caneca amanhã em frente às fábricas do setor. O banho gelado acontece na porta da Lorenzetti, Fame, Cardall e Duchas Corona.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o protesto é uma reação contra o risco de elevação da carga tributária do setor, que ameaça o emprego de 3.500 funcionários das indústrias de chuveiros.
O aviso de corte de pessoal foi dado ontem por representantes da Lorenzetti, Fame, Duchas Corona e Cardal para dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Segundo o presidente do sindicato, Ramiro de Jesus Pinto, as indústrias alegam ter recebido a informação de que a Câmara de Gestão da Crise de Energia, o chamado ministério do apagão, vai elevar o IPI incidente sobre chuveiros de 10% para 35%, e o ICMS, de 18% para 25%.
"Os empresários não querem ser transformados em vilões do plano de racionamento. Não concordam com o aumento da carga tributária dos chuveiros para inibir a venda de chuveiro elétrico e privilegiar a venda de chuveiro a gás como medida de racionamento."
Segundo o diretor industrial da Lorenzetti, Cláudio Lorenzetti, a população está sendo induzida neste momento a substituir o chuveiro elétrico pelo movido a gás. "Não fomos nós que provocamos esse problema. Os chuveiros são muito eficientes do ponto de vista da transformação da energia elétrica em calórica. A saída é mudar os hábitos da população."
O sindicalista afirma que esse aumento de carga tributária seria a gota d'água para o setor de chuveiros, que já registrou neste mês uma queda de 20% nas vendas em relação ao ano passado.
"Os empresários informaram que se os impostos aumentarem, o chuveiro vai ficar mais caro, haverá redução nas vendas, a produção vai cair e os funcionários terão de ser demitidos", disse Pinto.
A indústria de chuveiros emprega hoje 7.000 funcionários diretos. Pelas estimativas do setor, 35 mil empregos indiretos também dependem da produção de chuveiros.
Para não pegar os trabalhadores do setor de calças curtas, o sindicato realiza na quarta-feira uma assembléia na porta das principais fábricas de chuveiros.
"Os trabalhadores precisam saber do risco que correm. Também serão avisados que dessa vez, a culpa não é do empresário. É do governo, que não investiu em energia e agora quer elevar os impostos do setor", disse o sindicalista.
A indústria de chuveiros também participará amanhã do encontro marcado na Fiesp, que reunirá representantes da sociedade, como empresários, trabalhadores e órgãos de defesa do consumidor.
Os participantes do encontro vão reivindicar participação na Câmara de Gestão da Crise de Energia.
Veja especial sobre a Crise Energética
Banho gelado vira protesto contra demissão no setor de chuveiros
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da Folha Online
Os funcionários das principais indústrias de chuveiros do país vão tomar banho de caneca amanhã em frente às fábricas do setor. O banho gelado acontece na porta da Lorenzetti, Fame, Cardall e Duchas Corona.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o protesto é uma reação contra o risco de elevação da carga tributária do setor, que ameaça o emprego de 3.500 funcionários das indústrias de chuveiros.
O aviso de corte de pessoal foi dado ontem por representantes da Lorenzetti, Fame, Duchas Corona e Cardal para dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Segundo o presidente do sindicato, Ramiro de Jesus Pinto, as indústrias alegam ter recebido a informação de que a Câmara de Gestão da Crise de Energia, o chamado ministério do apagão, vai elevar o IPI incidente sobre chuveiros de 10% para 35%, e o ICMS, de 18% para 25%.
"Os empresários não querem ser transformados em vilões do plano de racionamento. Não concordam com o aumento da carga tributária dos chuveiros para inibir a venda de chuveiro elétrico e privilegiar a venda de chuveiro a gás como medida de racionamento."
Segundo o diretor industrial da Lorenzetti, Cláudio Lorenzetti, a população está sendo induzida neste momento a substituir o chuveiro elétrico pelo movido a gás. "Não fomos nós que provocamos esse problema. Os chuveiros são muito eficientes do ponto de vista da transformação da energia elétrica em calórica. A saída é mudar os hábitos da população."
O sindicalista afirma que esse aumento de carga tributária seria a gota d'água para o setor de chuveiros, que já registrou neste mês uma queda de 20% nas vendas em relação ao ano passado.
"Os empresários informaram que se os impostos aumentarem, o chuveiro vai ficar mais caro, haverá redução nas vendas, a produção vai cair e os funcionários terão de ser demitidos", disse Pinto.
A indústria de chuveiros emprega hoje 7.000 funcionários diretos. Pelas estimativas do setor, 35 mil empregos indiretos também dependem da produção de chuveiros.
Para não pegar os trabalhadores do setor de calças curtas, o sindicato realiza na quarta-feira uma assembléia na porta das principais fábricas de chuveiros.
"Os trabalhadores precisam saber do risco que correm. Também serão avisados que dessa vez, a culpa não é do empresário. É do governo, que não investiu em energia e agora quer elevar os impostos do setor", disse o sindicalista.
A indústria de chuveiros também participará amanhã do encontro marcado na Fiesp, que reunirá representantes da sociedade, como empresários, trabalhadores e órgãos de defesa do consumidor.
Os participantes do encontro vão reivindicar participação na Câmara de Gestão da Crise de Energia.
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