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05/06/2001 - 19h30

Governo pode pagar para indústria não utilizar energia, diz Parente

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PATRÍCIA ZIMMERMANN *
da Folha Online, em Brasília

O governo estuda uma fórmula para comprar a energia que o setor de alumínio economizar além da sua cota de 25%. Na prática, o governo pode pagar para essas indústrias deixarem de produzir.

O setor de alumínio consome sozinho cerca de 6% da energia produzida no país. A medida foi adotada com algum sucesso na Califórnia.

O ministro Pedro Parente disse hoje, durante audiência pública no Congresso Nacional, que o objetivo da medida é evitar os apagões programados. A energia economizada ficaria "armazenada", pela preservação do nível de água dos reservatórios.

Parente disse que o governo já está negociando com o setor de alumínio, que está disposto a negociar mas exige compensações.

O governo pode inclusive importar alumínio para honrar os contratos do setor, disse o secretário de Energia, Afonso Henriques Moreira Santos.
A indústria de alumínimo também ficaria impedida de demitir trabalhadores.

A proposta já havia sido defendida pelo físico José Goldemberg, do Conselho Nacional de Política Energética. Segundo Goldemberg, a redução da produção do alumínio diminuiria drasticamente a necessidade do racionamento de energia.

A redução de consumo para o setor de alumínio e siderúrgico já é maior que a das outras indústrias, devido ao alto consumo de suas unidades.

Parente disse que está negociando alternativas com o setor, de forma que os contratos de fornecimento de energia não sejam violados.

Durante a audiência pública, o governo foi acusado de privilegiar a indústria de alumínio, que compra energia subsidiada no Norte do país.

O empresário Antônio Ermírio (presidente do grupo Votorantim) se disse contrário à proposta. "Não vendo um quilowatt", disse Ermírio, que prestava depoimento em comissão do Senado.

Apagão
Parente afirmou também que um dos motivos para o governo não ter adotado os apagões quando anunciou o plano de racionamento foi a falta de "tempo hábil" para fazer os cortes programados.

"Faltava tempo para preparar os setores essenciais", disse Parente, acrescentando que a outra razão para o governo não adotar os apagões (cortes programados de energia) foi os problemas que a medida poderia ocasionar.

Segundo o ministro, cortes programados em cidades como São Paulo poderiam ter efeitos desastrosos. Ele voltou a dizer, entretanto, que o governo não pode descartar definitivamente os apagões.

"Depende do sucesso do programa de racionamento e da situação da hidrologia (chuvas). Se essas premissas forem cumpridas, não haverá necessidade de apagão. Mas não podemos garantir isso ainda", destacou Parente.

Ao anunciar o plano de racionamento, o "ministério do apagão" criou um grupo especial para preparar o país para um eventual corte programado.

* Colaborou a Folha de S.Paulo, em Brasília

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