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17/06/2001
-
16h58
da Reuters
Alvo de ataques da oposição e com índices de popularidade cada vez menores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu lançar um ''furacão revolucionário'' para dar nova vida à cruzada reformista iniciada por ele dois anos atrás.
Mas, se alguns analistas consideram vazias as novas promessas feitas pelo presidente, outros temem que elas possam ser o anúncio de uma mudança radical no curso de seu já controvertido governo esquerdista e nacionalista.
De todo modo, as últimas declarações de Chávez deixaram preocupados os representantes de banqueiros e investidores estrangeiros, que tentam adivinhar os planos do imprevisível líder da Venezuela, um país pobre, mas com grandes reservas de petróleo.
Um mês depois da ameaça de assumir poderes especiais, o presidente, um ex-líder golpista, viu-se criticado por ordenar a criação de grupos de bairro para ''defender a revolução'', lembrando medidas tomadas pelo governo cubano.
Chávez prometeu adotar uma ''agenda revolucionária'' e declarou que os estrangeiros que insultassem a Venezuela ou seu dirigente seriam expulsos.
Alguns analistas consideraram o discurso apenas mais uma explosão retórica do líder venezuelano, que, desde sua posse, em 1999, prometeu quase que diariamente combater a pobreza, o crime, a corrupção e o desemprego.
''Este é um presidente que se dedica muito a seus discursos, mas pouco a transformá-los em realidade. De modo que não se pode levar todos os seus discursos a sério'', disse um banqueiro norte-americano que não quis ter sua identidade revelada.
Mas outros analistas consideram que Chávez, acusado por seus opositores de ter ares autoritários, enfrenta uma crescente frustração devido ao ritmo lento das prometidas reformas sociais e econômicas. Os especialistas atribuem isso a uma equipe de governo fraca, a divisões internas na direção do país e a uma oposição que se fortalece dia a dia.
''Acredito que estamos assistindo aos primeiros sinais de que o presidente começa a perder o controle. Sua popularidade está caindo, ele está começando a reagir'', afirmou Robert Bottome, que publica o VenEconomia, um boletim semanal sobre o país.
Apesar disso tudo, muitos afirmam que o governo venezuelano deveria ser avaliado segundo o que faz, não o que diz seu condutor.
''A política econômica mostra-se relativamente estável e não tem nada de radical'', afirmou Alejandro Grisanti, economista do Banco de Venezuela-Grupo Santander.
Segundo banqueiros, a economia do país deve ter um bom desempenho neste ano se o preço do petróleo se mantiver alto.
Venezuela prevê 'furacão revolucionário' e preocupa investidor
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Alvo de ataques da oposição e com índices de popularidade cada vez menores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu lançar um ''furacão revolucionário'' para dar nova vida à cruzada reformista iniciada por ele dois anos atrás.
Mas, se alguns analistas consideram vazias as novas promessas feitas pelo presidente, outros temem que elas possam ser o anúncio de uma mudança radical no curso de seu já controvertido governo esquerdista e nacionalista.
De todo modo, as últimas declarações de Chávez deixaram preocupados os representantes de banqueiros e investidores estrangeiros, que tentam adivinhar os planos do imprevisível líder da Venezuela, um país pobre, mas com grandes reservas de petróleo.
Um mês depois da ameaça de assumir poderes especiais, o presidente, um ex-líder golpista, viu-se criticado por ordenar a criação de grupos de bairro para ''defender a revolução'', lembrando medidas tomadas pelo governo cubano.
Chávez prometeu adotar uma ''agenda revolucionária'' e declarou que os estrangeiros que insultassem a Venezuela ou seu dirigente seriam expulsos.
Alguns analistas consideraram o discurso apenas mais uma explosão retórica do líder venezuelano, que, desde sua posse, em 1999, prometeu quase que diariamente combater a pobreza, o crime, a corrupção e o desemprego.
''Este é um presidente que se dedica muito a seus discursos, mas pouco a transformá-los em realidade. De modo que não se pode levar todos os seus discursos a sério'', disse um banqueiro norte-americano que não quis ter sua identidade revelada.
Mas outros analistas consideram que Chávez, acusado por seus opositores de ter ares autoritários, enfrenta uma crescente frustração devido ao ritmo lento das prometidas reformas sociais e econômicas. Os especialistas atribuem isso a uma equipe de governo fraca, a divisões internas na direção do país e a uma oposição que se fortalece dia a dia.
''Acredito que estamos assistindo aos primeiros sinais de que o presidente começa a perder o controle. Sua popularidade está caindo, ele está começando a reagir'', afirmou Robert Bottome, que publica o VenEconomia, um boletim semanal sobre o país.
Apesar disso tudo, muitos afirmam que o governo venezuelano deveria ser avaliado segundo o que faz, não o que diz seu condutor.
''A política econômica mostra-se relativamente estável e não tem nada de radical'', afirmou Alejandro Grisanti, economista do Banco de Venezuela-Grupo Santander.
Segundo banqueiros, a economia do país deve ter um bom desempenho neste ano se o preço do petróleo se mantiver alto.
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