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UE lamenta que membros da OMC não queiram uma "verdadeira negociação"
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da Folha Online
O presidente da Comissão Européia --o órgão executivo da União Européia (UE)-- José Manuel Durão Barroso, lamentou nesta quinta-feira que, apesar da boa vontade do bloco europeu, nem todos os membros da OMC (Organização Mundial do Comércio) estejam dispostos a uma "verdadeira negociação" para fazer avançar a Rodada Doha.
Barroso comentou a suspensão hoje das negociações entre Brasil, Índia, UE e Estados Unidos ao chegar ao Conselho da UE, em Bruxelas, para a primeira sessão. Ele lamentou "as notícias muitos preocupantes" e destacou que "ainda que a UE tenha feito os maiores esforços, não parece que todos os nossos sócios estejam prontos para verdadeiras negociações".
O presidente da comissão acrescentou que na UE "seguiremos fazendo o possível para um resultado ambicioso e equilibrado da Rodada Doha".
A reunião entre as quatro partes, iniciada na terça-feira (19), deveria continuar até sábado (23) ou domingo (24), mas foi interrompida diante da impossibilidade de uma convergência entre as posições.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse que Brasil e Índia (líderes do G20, grupo de países em desenvolvimento que pressiona os desenvolvidos por maior acesso aos mercados agrícolas) consideram "inútil" prosseguir com o diálogo. "Era inútil prosseguir com as negociações levando em conta o que havia sobre a mesa", disse Amorim ao lado do ministro indiano do Comércio, Kamal Nath.
Amorim explicou que a questão agrícola, incluindo a discussão sobre o tamanho dos cortes nos subsídios --principal ponto da discórdia na Rodada de negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial--, foi o detonador do fracasso.
O comissário de Comércio europeu, Peter Mandelson, disse em um comunicado que houve progressos na questão agrícola, mas reconheceu a falta de convergência nas agendas. "Eles nos pediram para pôr nossa melhor e última oferta agrícola sobre a mesa, mas pedimos em troca um esforço proporcional de todos os membros do G4", afirmou.
A rodada foi lançada em 2001, na cidade de Doha (capital do Qatar). Em 2003 já haviam entrado em um impasse. Os países em desenvolvimento alegam que seus produtos não são competitivos no mercado internacional devido ao protecionismo dos mais ricos, que não aceitam reduzir seus subsídios e tarifas agrícolas. Já os países industrializados pedem às nações emergentes como o Brasil e Índia que reduzam suas tarifas aos produtos industriais e serviços.
As negociações foram paralisadas em julho do ano passado, mas em janeiro deste ano, durante o Fórum Econômico Mundial, as partes haviam decidido voltar a negociar.
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