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14/09/2001 - 04h42

Telefonia em pane adia volta da Bolsa de NY

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JOSÉLIA AGUIAR
da Folha de S.Paulo

A pane nos sistemas de comunicação é um dos principais entraves para que a Bolsa de Nova York volte a operar. O colapso do World Trade Center acarretou pesado prejuízo para a Verizon, principal empresa de telefonia de Nova York e responsável por grande parte dos serviços do setor fornecidos à Bolsa e a grandes empresas sediadas no sul de Manhattan.

O impacto do desabamento das duas torres interferiu em linhas subterrâneas de telefone e de transmissão de dados da Verizon.

Equipamentos foram atingidos por escombros e pela água usada pelos bombeiros para apagar o incêndio. Mais de 200 mil linhas pifaram. Até ontem, técnicos da companhia e da Bolsa ainda faziam testes para saber se as operações podem ser reiniciadas na próxima segunda-feira. Os testes devem continuar até amanhã.

A Verizon admite que somente após a Bolsa de Nova York retomar suas atividades serão identificados todos os problemas técnicos. A recuperação de alguns dos equipamentos -e, consequentemente, a volta da normalidade dos serviços- pode tardar semanas e até meses.

"A extensão do trabalho que temos de fazer é enorme", confirma Larry Babbio, vice-presidente do conselho de administração da Verizon. A dificuldade para determinar o prejuízo decorre justamente do fato de que muitos clientes ainda não voltaram para casa -moradores das áreas evacuadas- ou não retomaram suas operações -empresas atingidas que ainda tentam contabilizar as perdas.

Terremoto
"A maior parte dos nossos equipamentos fica no subsolo. O chão sofreu o equivalente a pequenos terremotos. Tamanho foi o tremor que não temos ainda idéia de quantas conexões foram interrompidas", explica Babbio.
Até ontem, a empresa ainda não havia informado a previsão do quanto deverá gastar na recuperação de seus sistemas de comunicação.

Desde os ataques da última terça-feira, o número de chamadas feitas pela Verizon dobrou por causa da quantidade de consumidores que passaram a telefonar para familiares e amigos para dar notícias. A Verizon também aumentou as linhas disponíveis para hospitais, departamentos de polícia e outros centros de emergência da cidade.

Conversas diárias
Criada após a fusão entre a Bell Atlantic e a GTE, a Verizon oferece serviços em Washington e na Pensilvânia, outras duas regiões atingidas pelos ataques terroristas. A divisão de telefonia sem fio da Verizon também foi atingida pelos ataques terroristas da última terça-feira. A Cingular e a Sprint, outras duas empresas de telefonia celular que fornecem serviços para o centro financeiro de Manhattan, anunciaram perdas, mas de menor extensão.

A cúpula da agência norte-americana que regula a indústria de telecomunicações informou que mantém encontros constantes com os dirigentes das companhias do setor.

Da parte das autoridades, é grande a expectativa de que a maior parte dos serviços esteja totalmente normalizada quando os mercados financeiros do país reabrirem. "Acredito que as empresas que vão servir aos mercados estão confiantes em que vão operar com quase toda a capacidade necessária", afirmou Michael Powell, "chairman" da comissão federal de comunicações dos EUA.

Powell disse que conversa ao menos duas vezes por dia com Ivan Seidenberg, um dos dirigentes da Verizon, e com Michael Armstrong, da AT&T Corp, a maior empresa de telefonia de longa distância dos EUA.

A AT&T teve mais sorte que a Verizon. Sua rede local se manteve praticamente intacta mesmo após a implosão das duas torres gêmeas, informou o porta-voz da empresa, Dave Johnson.

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