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14/09/2001 - 04h46

Só uma das torres do WTC teria seguro, diz jornal inglês

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JOSÉLIA AGUIAR
da Folha de S.Paulo

Desde o ataque terrorista aos EUA, o mercado de seguros já estimava que as seguradoras vão ter de pagar US$ 1,5 bilhão somente pelo colapso do World Trade Center. A novidade, revelada pelo diário britânico "The Guardian" em sua edição de ontem, é que esse valor só corresponde a uma das duas torres.

A possibilidade de que ambas despencassem ao mesmo tempo era considerada tão improvável que a Autoridade Portuária de Nova York, proprietária do edifício, contratou um seguro com cobertura para apenas uma delas. Por causa do risco considerado praticamente inexistente, não valia a pena pagar pelas duas torres.

O Instituto de Informação sobre Seguros dos EUA informou ao "Guardian" que o seguro do World Trade Center não oferece cobertura para perda total. Diante disso, a indenização será apenas pouco maior do que o custo das duas torres quando foram construídas no começo dos anos 70 -na época, US$ 1,2 bilhão. Antes do ataque terrorista na última terça-feira, o World Trade Center era avaliado em US$ 5 bilhões.

Estimativas sobre o tamanho do prejuízo das companhias de seguros e resseguros já pularam de US$ 5 bilhões, no dia do ataque, para mais de US$ 30 bilhões. A maioria dos analistas afirma, porém, que as perdas do setor devem ficar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões.

O maior atentado da história deve superar recorde do setor de seguros. O acidente provocado pelo homem que mais acarretou prejuízos havia sido a explosão da plataforma Piper Alpha, na costa britânica, em 1988, que custou US$ 3 bilhões às seguradoras. A maior soma paga por desastre natural foi de US$ 20 bilhões -estrago causado pelo furacão Andrew, em 1992.

Até então, desastres naturais registravam prejuízos em proporções muito superiores aos acidentes causados pelo homem. Se as novas estimativas se confirmarem, porém, o ataque aos Estados Unidos pode superar pelo menos o segundo maior prejuízo causado pela natureza -o terremoto em Los Angeles, em 1994, que resultou em perdas de US$ 16,3 bilhões.

Lloyds
A maior companhia de seguros do mundo, o Lloyds, de Londres, confirmou ontem que, de fato, seu grau de exposição é muito grande tanto nas companhias aéreas norte-americanas envolvidas no acidente -United Airlines e American Airlines- quanto no próprio World Trade Center. O Lloyds se pronunciou dois dias após o acidente.

Sax Riley, presidente do conselho de administração do Lloyds, afirmou que ainda é difícil quantificar as perdas. "A tragédia nos EUA nesta semana gerou a mais complexa teia de indenizações que o setor já teve", avaliou Riley.

As perdas devem ser divididas entre as companhias de seguros e grandes resseguradoras, como a alemã Munich Re e a suíça Swiss Re. "Não há companhia que esteja fora disso", acrescentou o "chairman" do Lloyds.
Para o economista Tim Congdon, do Lombard Street Research, a tragédia deve provocar perdas "devastadoras" para as empresas de seguros.

Todas as companhias que já se pronunciaram descartam, no entanto, a possibilidade de uma quebradeira generalizada. Analistas do setor acreditam que as taxas de renovação de seguros devem subir, principalmente para as empresas de aviação.

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