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14/09/2001 - 07h30

Bovespa amargou segunda maior baixa do ano

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

A Bolsa de Valores de São Paulo amargou a segunda maior baixa do ano. As ações da Embraer e das teles despencaram e levaram a Bovespa para o pior nível desde agosto de 99.

Com o mercado acionário norte-americano fechado há três dias, a Bovespa tem oscilado fortemente. Ontem, foram mais 7,26% de desvalorização. Com a queda, o principal índice da Bolsa paulista recuou para 10.306 pontos.

A liquidação de ações, que começou na manhã de terça, voltou com força ontem. Investidores, que haviam dado uma trégua na quarta, quando a Bolsa subiu 2,6%, voltaram a se desfazer de todos os papéis que encontravam compradores.

Quem mais apanhou foram as ações da Embraer. Os papéis preferenciais e ordinários (com direito a voto) da companhia despencaram mais de 16% cada. Logo após a abertura do pregão, investidores começaram a vender as ações da empresa.

Com os investidores apostando em uma provável queda no número de negócios de venda de aviões a serem fechados nos próximos meses, os papéis rapidamente ultrapassaram os 10% de baixa. O cancelamento da cerimônia de entrega de uma aeronave, marcada para ontem, assustou os investidores.

"A expectativa de corte de pedidos da Embraer, com a piora das perspectivas para a economia mundial depois do ataque aos EUA, motivou a reação do mercado", afirma o diretor de renda variável do BNP Paribas Asset Management, Jacopo Valentino.

Dentre as teles, as que mais recuaram foram as ações preferenciais da Telerj, que caíram 13,7%, seguidas por CRT Celular PNA, com 12,7% de baixa.

A maciça venda de ações melhorou um pouco o volume financeiro da Bolsa paulista, que vem minguando há semanas. Ontem, o foram movimentados no pregão R$ 412 milhões.

Com a queda de ontem, a desvalorização acumulada da Bolsa de Valores de São Paulo neste ano saltou para 32%.

Sem o funcionamento das principais Bolsas do mundo, investidores deixaram de poder realizar operações, como as de arbitragem. Nesse tipo de operação, os investidores compram e vendem um mesmo ativo em mercados diferentes, ganhando com a diferença de preços entre eles.

"Sem a referência das Bolsas norte-americanas, o mercado fica sem parâmetros para formar os preços e acaba mais volátil", diz Valentino.

Na opinião do diretor da corretora Planner, Luiz Antônio Vaz das Neves, a Bolsa vai oscilar ainda mais com a volta dos negócios no mercado acionário dos EUA. "A Bovespa ainda vai ter muitos dias de forte instabilidade."

Ontem, a Bovespa divulgou o resultado dos investimentos estrangeiros. E o dinheiro continua saindo. Apenas nos dez primeiros dias deste mês, foram mais R$ 56 milhões que deixaram a Bovespa.

O saldo é a diferença entre as compras e as vendas feitas por investidores estrangeiros na Bolsa paulista. Mas, no ano, esse fluxo ainda é positivo em R$ 1,2 bilhão.

O dia negativo também foi sentido na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Nos contratos DI (juro interbancário) mais negociados, as taxas subiram.

No DI com prazo em janeiro do próximo ano, que concentra a liquidez dos negócios, a taxa saltou de 21,96% para 22,88% ao ano. No contrato de prazo mais curto, a taxa ficou em 19,89%, quase um ponto percentual acima da atual Selic (taxa básica da economia).

A menos de uma semana da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que decidirá o rumo dos juros no país, as taxas permanecem pressionadas, o que indica a expectativa do mercado de uma possível alta da taxa básica de juros.

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