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Sindipan descarta aumento no preço do pão francês no curto prazo
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da Folha Online
O presidente do Sindipan (Sindicato da Indústria de Panificação de São Paulo), Antero José Pereira, descarta reajuste no preço do pão francês no curto prazo, por conta do aumento no custo do produto em razão da alta da farinha de trigo e da possibilidade de avanço no preço do grão.
"Por enquanto, o consumidor pode ficar tranqüilo", afirmou Pereira. Segundo ele, no início de julho, em relação ao mês anterior, o preço da farinha de trigo aumentou cerca de 20%.
"O setor de panificação está absorvendo a alta e não deve repassar para o consumidor, a não ser que ocorram novos aumentos", afirmou.
Na avaliação do presidente da Sindustrigo (Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo), Luiz Martins, a crise energética deve prejudicar o fornecimento de farinha ao Brasil nos próximos meses, podendo provocar aumento no preço do produto para o atacado.
De acordo com ele, com a falta de energia, os moinhos argentinos estão trabalhando em turnos reduzidos. Isso deve ter um impacto no fornecimento para o Brasil.
A solução para a indústria brasileira, segundo Martins, é comprar o produto de outros países, como Canadá, Rússia e Estados Unidos. Neste caso, porém, o importador terá de pagar um imposto de 10%, para respeitar a TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul, o que poderá ser repassado para o atacado.
De acordo com Martins, para que o produto não fique mais caro no Brasil, o governo precisa isentar as importações da TEC.
De acordo com o presidente do Sindustrigo, o Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de trigo por ano e, segundo a última estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), deve produzir esse ano cerca de 3,8 milhões de toneladas. Ou seja, o restante é importado, principalmente da Argentina, por não haver imposto.
"A safra de trigo argentina é estimada em 12 milhões de toneladas. Eles consomem metade e o resto exportam para o mundo. O Brasil deve conseguir esse ano comprar de 3 a 4 milhões de toneladas do país vizinho", acrescentou Martins. Isso significa que o país terá que recorrer a mercados fora do Mercosul para sustentar a demanda interna por trigo e, portanto, pagar a TEC também sobre o grão, outro fator que pode pesar no custo da farinha e derivados.
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