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18/09/2001
-
07h57
CLÓVIS ROSSI
Colunista da Folha de S.Paulo
A reabertura das Bolsas norte-americanas ontem, com um tremendo solavanco, mas sem uma catástrofe, marcou o primeiro dia D econômico pós-ataques do terrorismo.
Agora, a próxima data decisiva é 25 deste mês: sai nesse dia o índice de confiança do consumidor, o primeiro que captará o estado de ânimo do norte-americano após os atentados.
A economia dos Estados Unidos tem se assentado ultimamente no consumo, depois que as empresas caíram na retranca em matéria de investimentos. Logo, se o consumidor também se retrair, torna-se praticamente certa uma recessão, talvez prolongada.
Se os antecedentes históricos fornecem algum tipo de antecipação, a hipótese de recessão se torna mais forte: em agosto de 1990, a confiança do consumidor estava mais ou menos no mesmo nível atual.
Veio, então, a invasão do Kuait pelo Iraque, a confiança desabou, as compras também e seguiu-se a recessão (aliás responsável pela derrota eleitoral de Bush pai para Bill Clinton, dois anos depois).
Sidney Weintraub, pesquisador de economia política para o CSIS (Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais), diz que, "se o presidente mostrar decisão política, e não houver novos grandes ataques terroristas, a economia deve se recuperar a médio prazo".
Detalhe desagradável: médio prazo, para Weintraub, significa o segundo trimestre de 2002, o que significa dar por perdido este ano pelo menos.
Outro especialista, Fred. C. Bergsten, diretor do Instituto para Economia Internacional, vai na mesma direção. Ele despreza o efeito econômico dos ataques em si, mas dá enorme peso à reação do governo Bush.
"Se o presidente lidar com a situação de uma maneira eficaz, então acho que não haverá um grande efeito (econômico). Mas, se não o fizer, aí sim haverá."
Tudo somado, parece evidente que a situação econômica norte-americana vai piorar, até porque era essa a tendência antes dos ataques do dia 11.
A dúvida está apenas em determinar quanto vai piorar. O índice a ser divulgado dia 25 deste mês dará as primeiras pistas.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Índice de confiança do consumidor nos EUA será decisivo
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Colunista da Folha de S.Paulo
A reabertura das Bolsas norte-americanas ontem, com um tremendo solavanco, mas sem uma catástrofe, marcou o primeiro dia D econômico pós-ataques do terrorismo.
Agora, a próxima data decisiva é 25 deste mês: sai nesse dia o índice de confiança do consumidor, o primeiro que captará o estado de ânimo do norte-americano após os atentados.
A economia dos Estados Unidos tem se assentado ultimamente no consumo, depois que as empresas caíram na retranca em matéria de investimentos. Logo, se o consumidor também se retrair, torna-se praticamente certa uma recessão, talvez prolongada.
Se os antecedentes históricos fornecem algum tipo de antecipação, a hipótese de recessão se torna mais forte: em agosto de 1990, a confiança do consumidor estava mais ou menos no mesmo nível atual.
Veio, então, a invasão do Kuait pelo Iraque, a confiança desabou, as compras também e seguiu-se a recessão (aliás responsável pela derrota eleitoral de Bush pai para Bill Clinton, dois anos depois).
Sidney Weintraub, pesquisador de economia política para o CSIS (Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais), diz que, "se o presidente mostrar decisão política, e não houver novos grandes ataques terroristas, a economia deve se recuperar a médio prazo".
Detalhe desagradável: médio prazo, para Weintraub, significa o segundo trimestre de 2002, o que significa dar por perdido este ano pelo menos.
Outro especialista, Fred. C. Bergsten, diretor do Instituto para Economia Internacional, vai na mesma direção. Ele despreza o efeito econômico dos ataques em si, mas dá enorme peso à reação do governo Bush.
"Se o presidente lidar com a situação de uma maneira eficaz, então acho que não haverá um grande efeito (econômico). Mas, se não o fizer, aí sim haverá."
Tudo somado, parece evidente que a situação econômica norte-americana vai piorar, até porque era essa a tendência antes dos ataques do dia 11.
A dúvida está apenas em determinar quanto vai piorar. O índice a ser divulgado dia 25 deste mês dará as primeiras pistas.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
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