Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/09/2001 - 08h14

Bolsas podem subir, mas o cenário ainda é sombrio

Publicidade

ELIZABETH LAZAROWITZ
da Reuters

Depois de terem entrado em parafuso por causa dos ataques com aviões na semana passada nos EUA, as bolsas de valores poderão gradativamente subir nos próximos dias. No entanto, o cenário ainda é sombrio, em virtude de as perspectivas indicarem uma recessão global e guerra.

"Existem tantas perguntas, eu ficaria surpreso de ver qualquer tipo de restabelecimento seguro. É mais provável que sejamos arrastados por redemoinhos de incertezas'', afirmou Jeffrey Kleintop, consultor-chefe de investimentos da consultoria de serviços financeiros PNC.

"Um número muito maior de pessoas está querendo ficar de lado, percebendo que um efeito catalisador que faça o mercado subir, ainda está longe de acontecer. Talvez isto leve mais do que algumas semanas -provavelmente até mais do que alguns meses'', declarou.

Wall Street saiu perdendo ontem. Os investidores desprezaram outro corte na taxa de juros promovido pelo Banco Central americano e sumiram do mercado depois do ataque aéreo que acertou o centro financeiro do mundo. Eles temem que o ataque possa levar à recessão a já fraca economia norte-americana.

Os consumidores dos EUA, cujos gastos são o principal motor a mover o crescimento dos EUA, podem deixar suas carteiras fechadas, em meio à incerteza sobre a retaliação norte-americana e ao aumento da violência.

As bolsas podem subir ligeiramente na terça-feira, mas os fatores que têm prejudicado o mercado nos últimos meses -- aumento do desemprego, crescimento lento da economia americana e lucros reduzidos das empresas -não desapareceram.

"Qualquer um que duvidava da recessão teve de rever sua posição tão logo houve o choque dos aviões'', afirmou Henry Herrmann, principal responsável pelas aplicações da Wadell & Reed. Isto significa que a pior fase ainda não acabou para as bolsas de valores. Os investidores estudam como os acontecimentos geopolíticos podem afetá-los nos próximos dias.

Os analistas têm esperanças de que as quedas bruscas desta segunda-feira -como a do índice SPX, da Standard & Poor, que foi de 4,9%, e a do índice DJI, da Dow Jones, que caiu 684,81 pontos, um recorde -não mais venham a ocorrer.

"Vimos como as vendas baseadas no fator emocional, causado pelos ataques, influenciaram os mercados'', afirmou Hugh Johnson, principal responsável pelas aplicações da empresa First Albany.

"O mercado refletiu ou descontou os trágicos acontecimentos da semana passada e seus impactos na economia e nos lucros para o trimestre'', completou. Segundo ele, os incentivos monetários e fiscais já em curso devem ser suficientes para promover a retomada da economia. Entre eles estão oito cortes nas taxas de juros e reduções de impostos que, espera-se, fomentarão os gastos dos consumidores.

Ontem, o Banco Central americano reduziu em 0,5 ponto as taxas de juros de seus principais fundos, fixando-as em 3%. 'Se a economia entrar em recessão, e eu acho que vai, a recessão deve terminar nos primeiros quatro meses de 2002'', afirmou Stanley Nabi, diretor administrativo da divisão de bens do Credit Suisse, que tem um capital de 110 bilhões de dólares.

"Como o mercado deve antecipar de alguns meses a retomada, deve começar a subir à medida em que nos aproximamos do final do ano'', completou. Ele espera que o mercado feche o ano com índices mais elevados do que os atuais e acha que o Banco Central dos EUA vai continuar a reduzir as taxas de juros para estimular a economia.

Regras mais flexíveis para a recompra de ações também ajudaram a diminuir a queda das bolsas de valores norte-americanas nesta segunda-feira.

As indústrias do setor de Defesa podem lucrar com a guerra que o presidente americano, George W. Bush, pretende travar contra os agressores dos EUA. Além disso, o setor de alta tecnologia poderia sair da precária situação em que se encontra antes do que se esperava, caso o incidente ocorrido no World Trade Center e no Pentágono provoque mais gastos na tecnologia para aumentar a segurança.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA

Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página