Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/09/2001 - 10h47

EUA devem liberar pacote milionário de ajuda para companhias áereas

Publicidade

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

As companhias aéreas dos Estados Unidos se reúnem hoje com o governo norte-americano na Casa Branca para negociar um pacote milionário de socorro financeiro. A expectativa do mercado é que seja liberado um pacote de US$ 15 bilhões para a indústria da aviação.

Depois dos atentados terroristas da semana passada, muitas companhias ficaram à beira da falência. (veja especial sobre as consequências econômicas dos atentados terroristas).

O secretário de Transporte dos Estados Unidos, Norman Mineta, se reunirá com os executivos dessas companhias depois de discutir o pedido feito por elas ao presidente George W. Bush.

"Não podemos permitir que uma indústria seja completamente devastada por este tipo de fato", comentou ontem o secretário do Tesouro, Paul O'Neill.

As ações do setor aéreo desabaram ontem na reabertura do mercado acionário norte-americano. Os papéis da United Airlines registraram a maior baixa do setor, com desvalorização (43,22%). Os papéis da American Airlines encerraram o dia em queda de 39,39%.

As duas companhias tiveram duas de suas aeronaves sequestradas e usadas nos atentados que destruíram as torres do World Trade Center e parte do Pentágono, causando milhares de mortes.

Fabricante dos quatro aviões, a Boeing teve suas ações desvalorizadas em 17,63% no final do pregão.

A Casa Branca prometeu evitar a total derrocada da indústria da aviação comercial, em um momento em que os passageiros, aterrorizados, viajarão muito menos.

As vendas dos investidores fizeram as seis maiores companhias do país - American Airlines, United Airlines, Delta, Northwest, Continental e US Airways -, perder US$ 6,65 bilhões de sua capitalização de mercado, enquanto que todas estas empresas anunciaram cortes em suas freqüências de vôo em torno dos 20%.

Continental e US Airways também informaram que vão demitir 12 mil e 11 mil funcionários, respectivamente, e o presidente da Continental, Gordon Bethune, advertiu que a indústria poderá eliminar 100 mil postos de trabalho em pouco tempo. A American e Northwest poderão anunciar medidas de core de pessoal durante esta semana.

As companhias aéreas americanas devem enfrentar problemas em duas frentes: os passageiros evitam viajar de avião por temor que se repitam os ataques como os da semana passada, e, além disso, os custos das novas e exigentes medidas de segurança impostas pelas autoridades da aviação tornam impossível a operação em tantos vôos, o que determina que um em cada cinco seja eliminado.

Os títulos das principais transportadoras perderam entre 20% e 50% em média ontem. As duas primeiras companhias aéreas americanas e mundiais, American Airlines, proprietária de dois dos aviões sequestrados, e a United Airlines, dona de outros dois aparelhos usados nos atentados, viram suas ações caírem 40% em Wall Street até o fechamento.

"A indústria americana das companhias aéreas está em uma crise financeira sem precedentes", disse Bethune. "Nossa indústria precisa de ações imediatas do Congresso se quiser que o sistema nacional de transporte aéreo sobreviva."

Bethune havia assinalado que a Continental tem US$ 1 bilhão de reserva em efetivo, mas poderá ir à bancarrota em oito semanas a menos que receba uma ajuda por parte do governo federal.

"Todo o sistema de aviação dos Estados Unidos está em perigo, e sem ações decisivas, o futuro do sistema, junto com seu impacto na economia do país, está correndo risco", afirmou o presidente da US Airways, Stephen Wolf.

  • Com agências internacionais

    Acompanhe a situação dos aeroportos dos EUA

    Leia mais no especial sobre atentados nos EUA

    Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página