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19/09/2001 - 02h00

EUA ameaçam com sanções país que não apoiar guerra

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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Os EUA ameaçam retaliar com sanções econômicas os países que não aderirem à "guerra mundial contra o terrorismo". "Comercializamos com todos os países do mundo", disse ontem o secretário de Comércio, Donald Evans. "Se eles não quiserem cooperar e não quiserem ficar do nosso lado, há medidas que podemos tomar, como sanções e outras barreiras aos nossos mercados."

A pressão comercial é o mais novo instrumento dos EUA em seu esforço para montar uma coalizão internacional antiterror depois dos ataques que destruíram, em 11 de setembro, as torres do World Trade Center e parte do Pentágono. O saldo de mortos pode ultrapassar cinco mil.

Segundo os EUA, as investigações indicam com clareza a participação de Osama bin Laden no sequestro dos quatro aviões usados nos atentados. Washington estuda atacar o Afeganistão, onde o terrorista vive, se o Taleban, grupo que controla o país, não aceitar entregá-lo.

No entanto, apesar das demonstrações de apoio recebidas pela Casa Branca ao redor do mundo, os americanos estão sendo pressionados pela comunidade internacional _principalmente por alguns governos europeus_ a divulgar provas contra Bin Laden antes de iniciar uma ação militar.

Os EUA e seu maior aliado na Europa, o Reino Unido, dizem que as evidências existem e são suficientes para indicar a participação do terrorista. No entanto, negam-se a apresentá-las por motivos de segurança.

"Não há dúvidas de que ele é o suspeito número um", disse o primeiro ministro britânico, Tony Blair. Indagado se já viu as provas que sustentam essa declaração, Blair respondeu: "Sim, é claro. A todo instante estamos estudando evidências vindas de várias fontes. Quando chegar o momento adequado, elas serão exibidas".

O secretário da Justiça, John Ashcroft, afirmou que a divulgação dos indícios acumulados poderá colocar em risco os "métodos de coleta de informações" e as fontes dos serviços de inteligência dos EUA e de outros países.

Desde o atentado, o FBI deteve 75 pessoas e estudou o passado de cada um dos 19 terroristas que sequestraram os quatro aviões. Já foram divulgadas informações sobre dois indícios que ligariam os terroristas a Bin Laden.

Segundo uma delas, um dos sequestradores teria sido filmado há dois anos conversando, na Malásia, com um conhecido de Bin Laden. A outra informação liga dois dos 19 sequestradores a um ex-motorista de táxi da cidade de Boston, cujo envolvimento com Bin Laden já teria sido provado nas investigações sobre os atentados de agosto de 1998 contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia.

Bin Laden nunca foi condenado pela Justiça americana. Existe um único indiciamento criminal contra ele no país, responsabilizando-o pelos ataques a essas duas embaixadas e a alvos americanos na Arábia Saudita e na Somália.

De acordo com a rede de televisão CNN, os EUA teriam descoberto que um dos sequestradores encontrou-se, no começo do ano, com um dos chefes do serviço de inteligência do Iraque.

Se confirmada, a informação poderia levar os Estados Unidos a mudar o foco de sua reação do Afeganistão para o Iraque. O país de Saddam Hussein foi bombardeado várias vezes pelos americanos desde o final da Guerra do Golfo, em 1991.


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