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19/09/2001 - 08h10

Bolsa de Nova York se estabiliza na baixa

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Uma nova ação concentrada de vários governos de países desenvolvidos não foi suficiente ontem para conter uma nova queda da Bolsa de Valores de Nova York, a mais importante do planeta.

A desvalorização de ontem, entretanto, foi bem menor do que a de segunda-feira, quando o mercado reabriu depois de quatro dias úteis fechado por causa de atentados terroristas na cidade.

Ontem, o índice Dow Jones, que mede a variação das 30 ações mais importantes, fechou em 8.903,40 pontos, com queda de 17,30 pontos em relação a anteontem _o que representou baixa de 0,19%. Neste ano, o Dow Jones já acumula desvalorização de 17,5%.

A pequena queda de ontem pode ser considerada como uma espécie de estabilização dos preços, o que é uma má notícia, pois o Dow Jones está agora no mesmo nível de dezembro de 98. O volume negociado continuou a ser alto, embora menor do que o recorde de segunda-feira, quando mais de 2,3 bilhões de ações trocaram de mãos em Wall Street.

Ontem, o volume foi de 1,67 bilhão de ações, acima da média de um dia normal. Significa que a queda está ocorrendo de fato, pois há muitas transações na Bolsa.

Os outros dois mais importantes índices de ações apurados no mercado de Nova York também caíram ontem.

O Nasdaq (índice da Bolsa que concentra as ações de empresas de alta tecnologia) caiu 1,55% e fechou em 1.555,08 pontos (menos 37% neste ano). O S&P 500 (mede a variação de 500 ações) caiu 0,58%, para 1.032,74 pontos (menos 21,8% no ano).

O desânimo do mercado continua forte apesar da megaoperação estatal montada desde o fim de semana. Ontem, os governos dos países desenvolvidos fizeram o seguinte:

1) O Banco da Inglaterra baixou sua taxa em 0,25 ponto percentual, para 4,75% anuais. É o nível mais baixo em quase 40 anos;

2) O Banco do Japão também derrubou sua taxa de juros de 0,25% para 0,10% ao ano;

3) Em Washington, executivos das companhias aéreas norte-americanas tiveram uma reunião com o presidente dos EUA, George W. Bush, e estão próximos de obter um pacote de salvamento de alguns bilhões de dólares. Elas querem US$ 24 bilhões;

4) O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Alan Greenspan, anunciou uma inesperada reunião reservada para hoje com os líderes políticos do Congresso norte-americano. Deve pedir a eles que ajudem na aprovação de medidas de incentivo à recuperação da economia.

Na segunda-feira, os bancos centrais dos EUA e da Europa já haviam cortado suas respectivas taxas de juros em meio ponto percentual cada um. Bancos centrais do Canadá, de Hong Kong e da Suíça também anunciaram reduções de juros. Todos os países que fazem parte do Grupo dos Sete (G-7), os mais ricos do planeta, tomaram medidas para tentar reativar a economia mundial.

Por um breve momento no pregão de ontem, parecia que o índice Dow Jones começava a inverter sua curva descendente. Mas, no final do dia, o fechamento acabou mesmo sendo negativo.

O clima entre os corretores de valores na Bolsa, segundo a Folha de S.Paulo apurou, continua de grande expectativa sobre o possível desfecho e os efeitos da crise causada pelos atentados terroristas da semana passada em Nova York e em Washington.

Os agentes financeiros não sabem exatamente como e se haverá uma guerra. Por essa razão, não conseguem fazer previsões a respeito de novos investimentos. Se houvesse uma guerra, ainda que esse cenário não seja o preferido por ninguém com quem a Folha de S.Paulo falou, seria minimamente possível fazer alguma estimativa dos resultados.

Uma guerra dos EUA contra apenas o Afeganistão teria um efeito reduzido, avalia-se no mercado. Já um conflito mais amplo, em que outras nações islâmicas combatam os norte-americanos, seria muito mais grave.

O problema é que agora não há conflito, mas vive-se com a expectativa diária de que poderá haver uma guerra num futuro próximo. Por essa razão, o preço das ações cai, e os esforços dos governos têm fracassado no sentido de reanimar o mercado financeiro.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA

Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia

 

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