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20/09/2001 - 17h38

Varig vai demitir 1.750 funcionários para enfrentar crise

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

A crise do setor aéreo já começou a provocar demissões nas empresas brasileiras. A Varig anunciou hoje o corte de cerca de 1.750 funcionários. O volume de demissões equivale a 10% de sua força de trabalho. A medida tem o objetivo de enfrentar a crise a que o setor aéreo foi lançado na terça-feira passada, dia dos atentados terroristas nos Estados Unidos.

A Varig tem atualmente 17.500 funcionários. O plano de demissão da Varig vai deixar a companhia ainda mais enxuta. Em 1995, a companhia contava com 26 mil trabalhadores.

Além de cortar funcionários, a Varig também vai reduzir vôos, conforme a Folha Online havia adiantado na terça-feira. De acordo com o plano de reestruturação, a empresa deixará de operar a partir de agora 13 aviões narrow bodies (aviões de fuselagem curta) -que equivalem a 14% de sua frota- além de reduzir em 8% a frota de wide bodies (jatos de grande porte).

Hoje, a Varig oferece 38 vôos semanais para os Estados Unidos. Esses vôos são feitos em aviões de grande porte, com capacidade de 180 a 270 lugares.

Segundo o vice-presidente comercial da Varig, Roberto Macedo, a decisão de reduzir a frequência dos vôos é resultado do comportamento das reservas. O número de reservas da Varig para os Estados Unidos caiu cerca de 10% desde os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono.

As demissões da Varig refletem a grave crise internacional do setor aéreo. As grandes companhias de todo o mundo já anunciaram a demissão de mais de 100 mil funcionários e a redução de 20% da frequência de vôos.

No Brasil, as demissões das empresas internacionais já começaram a ser negociadas com o Sindicato Nacional dos Aeroviários. Esse é o caso da United, Continental, Alitalia e Iberia.

"As companhias vão fazer demissões no mundo todo. O problema é que os maiores sacrifícios serão feitos pelos funcionários de outros países, como o Brasil, que trabalham longe das sedes das companhias", disse a presidente do sindicato, Selma Balbino.

No caso da United, as demissões atingirão 65 pessoas, ou seja, 52% dos 125 funcionários da empresa no Brasil. Para evitar as demissões, a United propôs ao sindicato a concessão de licença não-remunerada aos trabalhadores.

Já a Continental, Iberia e Alitalia querem reduzir a jornada de trabalho dos funcionários brasileiros e fazer um corte proporcional de salário.

O sindicato não concorda com as propostas, mas levará as idéias para discussão entre os trabalhadores de cada companhia.

"Não existe no setor privado esse negócio de licença sem remuneração. Nunca vi isso. Ninguém gosta também de ter redução de salário. As propostas vão ser levadas para assembléia. Os funcionários é que decidem se preferem as propostas ou correr o risco de demissão."

Para a sindicalista, a crise das companhias estrangeiras não é pior do que as dificuldades das empresas nacionais. "As estrangeiras empregam no máximo 200 funcionários cada uma. O pior será quando as empresas nacionais começarem a demitir."

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