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24/09/2001
-
12h26
GABRIELLA ESPER
da Folha Online
Mais do que disposto a vencer a queda-de-braço e derrubar as cotações do dólar, o Banco Central tentou esta manhã "intimidar" o mercado de câmbio. Realizou leilão-relâmpago de R$ 500 milhões em papéis cambiais e anunciou que tem mais R$ 10 bilhões em munição. Na sexta à noite, ressuscitou o depósito compulsório a prazo e retirou R$ 10 bilhões que o mercado poderia utilizar para especular com a taxa de câmbio.
O mercado de câmbio respondeu: às 12h20 o dólar caía 2,57%, para R$ 2,758 na compra e R$ 2,762 na venda.
Por volta das 10h30, o BC deu a primeira "cutucada" do dia no câmbio. Leiloou R$ 500 milhões em papéis cambiais, mesmo com a moeda norte-americana recuando mais de 1% desde a abertura dos negócios de hoje.
O objetivo do BC foi dar continuidade aos leilões que realizou na sexta-feira passada. Mas, pagou juros mais caros do que os pagos nos seis leilões de papéis cambiais da sexta. A taxa máxima do leilão realizado esta manhã foi de 10,25% e a média de 9,54%. Na sexta, as taxas máximas variaram entre 6,47%, a mais baixa, e 9%, a mais alta.
E, logo após o encerramento do leilão, o BC reforçou a tática de "intimidar" o mercado de câmbio. Emitiu R$ 10 bilhões em papéis cambiais para sua carteira. Com o anúncio, o BC sinaliza que poderá leiloar esses papéis a qualquer momento, caso o dólar comercial volte a subir, ou seja, diz ao mercado que têm "munição".
Reunião ministerial
Não é só o BC que está atuando para segurar o câmbio. O presidente Fernando Henrique Cardoso convocou a cúpula da equipe econômica para uma reunião de emergência hoje. Devem ser discutidas novas medidas para tentar conter a disparada do dólar, cujo valor em relação ao real subiu 45,38% desde o início do ano.
Foram chamados por FHC os ministros Pedro Malan (Fazenda), Sergio Amaral (Desenvolvimento) e Pedro Parente (Casa Civil), além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A reunião será no final da tarde, no Palácio do Planalto.
Desde a declaração de guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo, os centros de negócios do Brasil e de todo o mundo entraram em pânico. Até o momento, a cotação de venda da moeda oscilou entre R$ 2,744, em queda de 3,20%, na cotação mínima de hoje, e R$ 2,802, baixa de 1,16%, na máxima.
Saiba por que o dólar sobe
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Veja a cotação do dólar durante o dia
Dólar comercial cai 2,57% após BC agir rápido
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O mercado de câmbio respondeu: às 12h20 o dólar caía 2,57%, para R$ 2,758 na compra e R$ 2,762 na venda.
Por volta das 10h30, o BC deu a primeira "cutucada" do dia no câmbio. Leiloou R$ 500 milhões em papéis cambiais, mesmo com a moeda norte-americana recuando mais de 1% desde a abertura dos negócios de hoje.
O objetivo do BC foi dar continuidade aos leilões que realizou na sexta-feira passada. Mas, pagou juros mais caros do que os pagos nos seis leilões de papéis cambiais da sexta. A taxa máxima do leilão realizado esta manhã foi de 10,25% e a média de 9,54%. Na sexta, as taxas máximas variaram entre 6,47%, a mais baixa, e 9%, a mais alta.
E, logo após o encerramento do leilão, o BC reforçou a tática de "intimidar" o mercado de câmbio. Emitiu R$ 10 bilhões em papéis cambiais para sua carteira. Com o anúncio, o BC sinaliza que poderá leiloar esses papéis a qualquer momento, caso o dólar comercial volte a subir, ou seja, diz ao mercado que têm "munição".
Reunião ministerial
Não é só o BC que está atuando para segurar o câmbio. O presidente Fernando Henrique Cardoso convocou a cúpula da equipe econômica para uma reunião de emergência hoje. Devem ser discutidas novas medidas para tentar conter a disparada do dólar, cujo valor em relação ao real subiu 45,38% desde o início do ano.
Foram chamados por FHC os ministros Pedro Malan (Fazenda), Sergio Amaral (Desenvolvimento) e Pedro Parente (Casa Civil), além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A reunião será no final da tarde, no Palácio do Planalto.
Desde a declaração de guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo, os centros de negócios do Brasil e de todo o mundo entraram em pânico. Até o momento, a cotação de venda da moeda oscilou entre R$ 2,744, em queda de 3,20%, na cotação mínima de hoje, e R$ 2,802, baixa de 1,16%, na máxima.
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