Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/09/2001 - 08h31

Conflito ameaça vendas para Oriente Médio

Publicidade

ADRIANA MATTOS e FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo

Tudo estava indo muito bem até julho. As exportações brasileiras para o Oriente Médio dobraram em sete meses e atingiram cerca de US$ 1 bilhão, valor próximo a tudo o que foi exportado em 2000.

Os atentados de 11 de setembro nos EUA, no entanto, mudaram o ânimo da indústria: as empresas já enfrentam redução no ritmo de vendas para aquela região.

Ainda há temor entre os empresários em definir o tamanho da perda para as indústrias, até porque as renegociações dos contratos de exportação só começaram.

A São Paulo Alpargatas já sabe que não deverá mais fechar contratos na região "num ritmo tão veloz como meses atrás", diz Angela Hirata, diretora de comércio exterior do grupo. As novas encomendas de sandálias e tênis solicitadas por compradores da Arábia Saudita e Emirados Árabes não foram confirmadas.

A previsão de faturamento da companhia com exportações caiu de 8% para 6% devido não só à revisão das metas para o Oriente Médio como por causa da forte retração nos EUA. "E ainda teremos de fazer muito esforço para chegar aos 6%", diz a diretora.

Na Seara, fornecedora de aves congeladas, ainda é possível manter estabilidade nas vendas. Uma das razões será o fim do Ramadã, período em que os muçulmanos jejuam e que termina em dezembro. Os produtos que são vendidos agora chegarão à região apenas no final do ano, quando o Ramadã termina e começam as festas, com fartura de alimentos.

"É nossa alta temporada e conseguimos manter, por enquanto, a estabilidade nas vendas aproveitando o fim do Ramadã", diz Rafael Guinther, "trader" da Seara.

O Oriente Médio também é um filão respeitável para os exportadores brasileiros de açúcar. De janeiro a julho, as exportações para Paquistão, Arábia Saudita, Irã e Iêmen ficaram próximas a US$ 100 milhões, informa a Unica, associação do setor.

"É um mercado muito importante. Agora, com a guerra, estamos em clima de expectativa", afirma Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da Unica. Até agora ele não ouviu falar de cancelamento de contrato de exportação.

A Sadia, que exportou US$ 180 milhões para o Oriente Médio no ano passado, prevê chegar a US$ 200 milhões. "Até agora está tudo confirmado", diz Luiz Fernando Furlan, presidente da Sadia.

Ele conta com a possibilidade de os países do Oriente Médio continuarem importando ao menos alimentos, até como forma de fazer estoque por causa da guerra.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA

Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página