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27/09/2001 - 08h19

Agências vêem país com pessimismo

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da Folha de S.Paulo

Duas agências de classificação de risco fizeram ontem avaliações pessimistas em relação à economia brasileira. A Standard & Poor's (S&P) avalia que a desvalorização do real dificulta a obtenção de crédito, e que o país é candidato ao rebaixamento de sua classificação em breve. Já a Fitch acredita que a solução para estabilizar o preço dos títulos do país seria um novo arrocho fiscal.

"A situação externa enfraquece o real, o que tem implicações sobre a dívida. Esse ponto está particularmente fraco", disse John Chambers, responsável pela classificação da S&P.

A avaliação derrubou a cotação dos títulos da dívida. O C-Bond caiu 1,5%, fechando a US$ 0,6563, valor mais baixo desde outubro de 99, quando o país se recuperava da crise russa de 98 e da desvalorização do real, em janeiro.

Hoje, os problemas que enfrenta são a crise da vizinha Argentina, a desaceleração mundial, as próprias crises energética e política e agora, além disso, os efeitos dos ataques terroristas nos EUA. Os investidores estão temerosos de aplicar em emergentes.

A desvalorização é a principal preocupação da S&P. Cada 10% de baixa do real, calcula a agência, leva ao aumento de dois pontos percentuais da proporção da dívida no PIB. Essa proporção estava em 48,5% no começo do ano, mas agora está na casa dos 54%.

A classificação do Brasil pela S&P está hoje em BB-, o que é considerado não-recomendável. O recomendável começa no BBB-, três níveis acima. Na mesma posição que o Brasil estão a Jordânia e o Peru. O país atingiu o atual nível em janeiro, vindo de um inferior, o B+, onde estão República Dominicana, Bolívia e Líbano.

Para a Fitch, foi o endurecimento das políticas fiscal e monetária no país que evitaram maiores deteriorações na economia brasileira. Porém, caso o país queira que seus títulos tenham boa valorização e que o real se fortaleça, é preciso endurecer ainda mais.

Segundo a empresa, com a atual política fiscal no Brasil, o nível de endividamento em relação ao PIB deve ficar muito próximo de 70% nos próximos anos. A solução seria modificar a política fiscal brasileira, tornando-a ainda mais dura, mas aumentando de 3,5% para 4% o superávit primário do Orçamento brasileiro.

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