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28/09/2001 - 07h15

Diluição de perdas nos balanços ajuda a derrubar dólar

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

A trajetória de baixa do dólar ganhou força no fim da tarde após o mercado ser informado de que as empresas poderão diluir o efeito da desvalorização do real nos seus balanços. O alívio extra fez o dólar despencar para R$ 2,675.

A expectativa do mercado é que a medida anunciada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diminua a pressão por "hedge" (proteção) por parte das empresas.

A restrição no volume de recursos que os bancos poderão manter em dólares, anunciada na noite de quarta, surtiu efeito desde a abertura, com o dólar sempre vendido a um preço inferior ao que encerrou os negócios anteontem. Mas o anúncio da CVM foi fundamental para a moeda encerrar com queda de 2,19%.

"A procura por 'hedge' deve cair, pois muitas empresas procuram se proteger da desvalorização do real com medo que esta manche seu balanço", afirma Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do banco Lloyds TSB.

Se a procura por "hedge" diminuir, o câmbio terá um alívio na atual pressão, com o recuo nas cotações. Para antecipar esse movimento, investidores correram para vender dólares no fim da tarde para tentar ganhar mais com as taxas mais altas.

Analistas afirmam também que alguns investidores se desfizeram de dólares e foram para a Bolsa paulista comprar ações por acreditarem que a medida da CVM fará com que as empresas tenham condições de pagar dividendos maiores para os detentores de seus papéis.

Como efeito das medidas tomadas pelo governo desde sexta passada para conter a disparada do dólar, o valor da moeda norte-americana despencou 5,6% em apenas quatro dias.

Neste ano, a valorização da moeda dos EUA recuou para 37,11%. Na última sexta-feira, essa variação estava em 45,31%.

Mas a melhora no câmbio não é definitiva, alertam analistas. Quando o dólar recua, importadores entram no mercado para comprar a moeda, o que volta a exercer pressão sobre a cotação.

O volume de recursos movimentado no mercado de câmbio por exportadores e importadores representa aproximadamente 45% do que é negociado diariamente, segundo operadores.

O gerente de câmbio de um grande banco estrangeiro em São Paulo, que não quis se identificar, afirmou que o movimento já ocorreu ontem. Segundo esse profissional, quando o dólar baixou para R$ 2,70, uma compra de US$ 300 milhões teria sido feita por um banco em nome da Petrobras, o que não permitiu que o dólar continuasse caindo pela manhã.

"Apesar de as medidas tomadas pelo governo terem conseguido derrubar o dólar nos últimos dias, as incertezas do mercado quanto à evolução da crise na economia mundial podem voltar a pressionar o câmbio", afirma o diretor do banco Santos, Rogério Mori.

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