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20/08/2007 - 13h24

Vaticano condiciona pagamento de impostos a leis justas

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da Efe, em Roma

As declarações do secretário de Estado vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, sobre "a obrigatoriedade de pagar impostos se existirem leis justas" reabriram o debate na Itália em relação ao combate à evasão fiscal.

Bertone discursou, ontem, em reunião do movimento Comunhão e Libertação em Rimini (nordeste da Itália) e disse que todos "têm o dever de pagar os impostos, segundo leis justas".

Leis que, segundo ele, "precisam prestar atenção aos mais vulneráveis e garantir que não ocorrerão injustiças na distribuição dos recursos do Estado".

Desta maneira, Bertone respondia indiretamente ao primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, que há alguns dias pediu à Igreja Católica que se mobilize no combate à evasão fiscal.

"Por que quando vou à missa este tema não é abordado nas homilias, e, no entanto, acho que tem um forte valor ético?", questionou Prodi na ocasião.

As declarações de Bertone, no entanto, geraram várias opiniões e interpretações no mundo político.

Enquanto Prodi se mostrou, nesta segunda-feira, "completamente de acordo" com suas palavras, alguns opositores disseram que a declaração de Bertone era uma crítica à política fiscal do governo.

Segundo os membros do partido de oposição Liga Norte, Bertone convocou uma "revolução" dos cidadãos por "leis injustas, como o último orçamento geral do Estado".

Impostos igualitários

A integrante do Forza Itália Isabella Bertolini disse que o secretário de Estado vaticano "tem razão", pois os impostos "devem ser igualitários", mas acrescentou que "na Itália, não são". A coalizão governamental criticou o fato de o partido de centro-direita ter "instrumentalizado" as palavras de Bertone.

"É importante que o cardeal tenha feito estas declarações com força e autoridade, mas é fundamental que os governos, parlamentos e os cidadãos cumpram sua parte", disse hoje o subsecretário de economia e finanças, Vincenzo Visco.

A secretária do Partido Radical, Rita Bernardini, acusou os eclesiásticos de "terem deixado de declarar à Fazenda 6 bilhões de euros", devido às atuais leis. Desde 2005 a Itália é regida por uma lei, implementada pelo governo de Silvio Berlusconi, que desobriga a Igreja a pagar o imposto sobre bens imóveis para os prédios de sua propriedade.

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