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22/08/2007 - 09h13

Lula diz que culpa da crise é de quem quis fazer "agiotagem"

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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Lins (430 km a noroeste de São Paulo), que a crise da economia americana é fruto da "irresponsabilidade" de quem quis ganhar dinheiro com "agiotagem" em um "cassino" e que o Brasil vive "um momento de sustentabilidade como nunca viveu" em sua história.

"Essa crise se dá porque os cidadãos apostaram em títulos de terceira categoria como se estivessem em um cassino. Foram para ganhar fácil e quebraram a cara. E não é justo o povo brasileiro pagar pela irresponsabilidade daqueles que quiseram ganhar dinheiro na agiotagem (...) Quem tentou especular quebrou a cara e vai quebrar sempre a cara quem acha que é possível ganhar dinheiro sem trabalhar", disse Lula, ao discursar na inauguração de uma fábrica de biodiesel animal do grupo Bertin.

O presidente utilizou o exemplo da usina para pedir aos empresários que não apostem na crise, mas disse que o investimento do grupo Bertin só pôde ser feito porque "a economia brasileira está vivendo um momento de sustentabilidade como nunca viveu neste país".

Em seguida, afirmou que "dinheiro justo é aquele que é resultado do investimento correto, gerador de emprego, gerador de distribuição de renda." Ainda segundo Lula, o Brasil não está vulnerável à crise americana, que terá de ser resolvida pelos Estados Unidos.

"Tem uma crise que todo mundo viu na semana passada, a crise imobiliária dos Estados Unidos, e, portanto, é eles que têm de resolver. Alguns tentaram vender a idéia de que a crise iria atingir o Brasil, mas eu posso dizer a vocês que nossa economia está mais sólida do que em qualquer outro momento", afirmou o presidente.

Lula também enfatizou que não irá intervir no câmbio, a despeito do pleito dos exportadores. "O governo não fará nenhuma mágica porque não tem mágica. O mercado vai tratar de regular esse dólar."

"Biodiesel de picanha"

Na usina do grupo Bertin, de R$ 42 milhões de investimentos, Lula conheceu a técnica para extrair combustível a partir da gordura bovina. Segundo ele, "revolucionária".

Ao contemplar um frasco com o produto, Lula brincou. Primeiro, disse "aqui jaz um boi", com o conteúdo na mão. Depois, arrancou gargalhadas dos empresários e dos ministros que o acompanhavam ao "batizar" a produção como "biodiesel de picanha".

O frigorífico Bertin é um dos maiores exportadores de carne do país. O presidente aproveitou para atacar as normas sanitárias exigidas pelos compradores internacionais e para prometer que "não faltará dinheiro" nos esforços de adequação da produção a elas.

Acompanharam Lula os ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Dilma Rousseff (Casa Civil), Sérgio Resende (Ciência e Tecnologia) e Reinhold Stephanes (Agricultura).
Após, inaugurar a usina, o presidente Lula visitou o frigorífico e almoçou na sede da fazenda do grupo, em Lins.

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