Publicidade
Publicidade
03/10/2001
-
07h16
FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo
O preço do dólar voltou a fechar acima dos R$ 2,70. Todas as medidas tomadas pelo governo para conter a alta do dólar conseguiram manter a moeda abaixo desse nível por apenas três dias.
Na segunda, o dólar já havia subido um pouco. Ontem, o valor da moeda norte-americana ganhou mais 1,12% diante do real: no fim dos negócios, US$ 1 valia R$ 2,708.
O mercado abriu tenso, com a Argentina de volta ao centro das atenções. Com a notícia de queda de 14% na arrecadação fiscal do país em setembro, investidores iniciaram os negócios pedindo mais para vender dólares.
Para o diretor de derivativos do banco Loyds TSB, Maurício Zanella, as medidas anunciadas pelo governo ajudaram a conter a alta do dólar. "Mas o cenário externo continua muito incerto e negativo, o que pressiona o câmbio."
"A queda na arrecadação argentina no mês passado assustou o mercado. O plano de déficit fiscal zero do governo do país necessita de uma boa arrecadação", afirma Zanella.
O pessimismo dos investidores cresceu com a agência de classificação de risco S&P apontando o Brasil como um dos que terão mais dificuldades para conseguir financiar suas contas. Somou-se às más notícias, a afirmação do conselheiro econômico do presidente Bush (EUA) de que o país deve passar por uma recessão no segundo semestre.
Mas, apesar da alta de ontem, o governo não vendeu títulos cambiais, como esperavam algumas instituições. O Banco Central se limitou a irrigar o mercado com aproximadamente US$ 50 milhões, montante vendido diariamente desde o início de julho.
Com a alta de 1,42% em apenas dois dias, investidores começaram a se perguntar se o governo tomará novas medidas para tentar conter o dólar nos próximos dias. A valorização no ano voltou a níveis altos: 38,8%.
Operadores afirmam que o mercado não foi inundado com dólares, como era esperado por alguns analistas, devido à medida que limitou o volume de recursos que os bancos podem manter aplicados em dólares.
"Os bancos estão se desfazendo lentamente dos dólares que serão obrigados a vender pelas novas regras. Como ainda há alguns dias para se adequarem à medida, esperam para poder aproveitar taxas mais altas", diz a diretora de câmbio da AGK, Miriam Tavares.
A alta dos dois últimos dias teve na menor movimentação no mercado um fator importante. Operadores afirmam que ontem foi girado cerca de US$ 1 bilhão no mercado de câmbio. Normalmente, o volume diário é superior a US$ 1,5 bilhão.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, os contratos de dólar que vencem em um ano projetam o valor da moeda em R$ 3,24.
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Cenário externo incerto faz dólar ultrapassar R$ 2,70
Publicidade
da Folha de S.Paulo
O preço do dólar voltou a fechar acima dos R$ 2,70. Todas as medidas tomadas pelo governo para conter a alta do dólar conseguiram manter a moeda abaixo desse nível por apenas três dias.
Na segunda, o dólar já havia subido um pouco. Ontem, o valor da moeda norte-americana ganhou mais 1,12% diante do real: no fim dos negócios, US$ 1 valia R$ 2,708.
O mercado abriu tenso, com a Argentina de volta ao centro das atenções. Com a notícia de queda de 14% na arrecadação fiscal do país em setembro, investidores iniciaram os negócios pedindo mais para vender dólares.
Para o diretor de derivativos do banco Loyds TSB, Maurício Zanella, as medidas anunciadas pelo governo ajudaram a conter a alta do dólar. "Mas o cenário externo continua muito incerto e negativo, o que pressiona o câmbio."
"A queda na arrecadação argentina no mês passado assustou o mercado. O plano de déficit fiscal zero do governo do país necessita de uma boa arrecadação", afirma Zanella.
O pessimismo dos investidores cresceu com a agência de classificação de risco S&P apontando o Brasil como um dos que terão mais dificuldades para conseguir financiar suas contas. Somou-se às más notícias, a afirmação do conselheiro econômico do presidente Bush (EUA) de que o país deve passar por uma recessão no segundo semestre.
Mas, apesar da alta de ontem, o governo não vendeu títulos cambiais, como esperavam algumas instituições. O Banco Central se limitou a irrigar o mercado com aproximadamente US$ 50 milhões, montante vendido diariamente desde o início de julho.
Com a alta de 1,42% em apenas dois dias, investidores começaram a se perguntar se o governo tomará novas medidas para tentar conter o dólar nos próximos dias. A valorização no ano voltou a níveis altos: 38,8%.
Operadores afirmam que o mercado não foi inundado com dólares, como era esperado por alguns analistas, devido à medida que limitou o volume de recursos que os bancos podem manter aplicados em dólares.
"Os bancos estão se desfazendo lentamente dos dólares que serão obrigados a vender pelas novas regras. Como ainda há alguns dias para se adequarem à medida, esperam para poder aproveitar taxas mais altas", diz a diretora de câmbio da AGK, Miriam Tavares.
A alta dos dois últimos dias teve na menor movimentação no mercado um fator importante. Operadores afirmam que ontem foi girado cerca de US$ 1 bilhão no mercado de câmbio. Normalmente, o volume diário é superior a US$ 1,5 bilhão.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, os contratos de dólar que vencem em um ano projetam o valor da moeda em R$ 3,24.
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice