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06/10/2001
-
12h17
da Folha de S.Paulo
O presidente George W. Bush propôs ontem que o Congresso aprove um novo corte de impostos, no valor de US$ 60 bilhões, que beneficiariam pessoas e empresas. "Para dar um estímulo à economia, o Congresso não precisa gastar nenhum dinheiro a mais", disse Bush. "O que eles [os congressistas" precisam fazer é cortar impostos."
As isenções propostas por Bush se somariam aos US$ 40 bilhões já aprovados em investimentos em infra-estrutura e aos US$ 15 bilhões que serão injetados nas companhias aéreas. Na quinta-feira, Bush havia proposto um plano de US$ 3 bilhões para amparar os trabalhadores que perderam o emprego.
Junto com outros incentivos que estão sendo discutidos, o total do estímulo a economia deverá chegar a US$ 130 bilhões, ou 1,3% do Produto Interno Bruto do país.
Pela proposta feita ontem por Bush, seriam adiantados os abatimentos previstos no plano de redução de impostos aprovado em junho, que chegará a US$ 1,35 trilhão nos próximos dez anos. Mas os democratas (de oposição) se opõe, porque só pessoas de renda elevada sairiam ganhando.
Outra proposta é a criação de novos abatimentos de impostos para trabalhadores de média e baixa renda. Para a indústria, Bush disse que os congressistas deveriam aprovar isenções de impostos que incidam sobre a compra de novos equipamentos e máquinas.
"Para termos a certeza de que a economia terá o estímulo que ela precisa, o Congresso deveria se reunir logo e aceitar as idéias que acabei de propor", afirmou o presidente, durante um pronunciamento nos jardins da Casa Branca, em Washington.
Depois dos ataques em Nova York e Washington, a economia norte-americana se deteriorou ainda mais. Se antes já dava sinais de retração, agora com certeza não escapará de uma retração. Ontem, o secretário do Tesouro, Paul O'Neill, declarou pela primeira vez publicamente que a produção de bens e serviços deve ter retraído no terceiro trimestre.
A crise fez com que Washington, pela primeira vez em mais de dez anos, partisse para uma agressiva política fiscal (de investimentos e corte de impostos), em vez de se escorar apenas na política monetária (sobretudo no controle dos juros).
Como resultado, o governo norte-americano deverá voltar a operar no vermelho, depois de mais de dez anos. Tanto no governo de George Bush pai como no de Bill Clinton a ênfase do orçamento foi a produção de superávit.
A mudança de enfoque levou alguns analistas a proclamar o liberal presidente norte-americano como o mais novo membro do clube dos keynesianos -em referência ao economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), que defendia ações governamentais para estimular a produção. Mas parece que não é o caso.
Em um encontro com empresários nesta semana, Bush justificou a política de criação de déficit como decorrência do grave quadro atual. "Somente nas seguintes circunstâncias os governos devem gerar déficit: em caso de guerra, de uma emergência nacional ou de recessão", disse. Depois destacou que pelo menos duas das condições, se não todas, aplicam-se hoje.
O pacote de estímulo, que vem sendo discutido por membros do governo e congressistas, deverá estar pronto em duas ou três semanas. "Já avançamos bastante", declarou ontem o presidente do comitê de finanças do Senado, o democrata Max Baucus.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Bush pede corte de US$ 60 bi em impostos ao Congresso
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O presidente George W. Bush propôs ontem que o Congresso aprove um novo corte de impostos, no valor de US$ 60 bilhões, que beneficiariam pessoas e empresas. "Para dar um estímulo à economia, o Congresso não precisa gastar nenhum dinheiro a mais", disse Bush. "O que eles [os congressistas" precisam fazer é cortar impostos."
As isenções propostas por Bush se somariam aos US$ 40 bilhões já aprovados em investimentos em infra-estrutura e aos US$ 15 bilhões que serão injetados nas companhias aéreas. Na quinta-feira, Bush havia proposto um plano de US$ 3 bilhões para amparar os trabalhadores que perderam o emprego.
Junto com outros incentivos que estão sendo discutidos, o total do estímulo a economia deverá chegar a US$ 130 bilhões, ou 1,3% do Produto Interno Bruto do país.
Pela proposta feita ontem por Bush, seriam adiantados os abatimentos previstos no plano de redução de impostos aprovado em junho, que chegará a US$ 1,35 trilhão nos próximos dez anos. Mas os democratas (de oposição) se opõe, porque só pessoas de renda elevada sairiam ganhando.
Outra proposta é a criação de novos abatimentos de impostos para trabalhadores de média e baixa renda. Para a indústria, Bush disse que os congressistas deveriam aprovar isenções de impostos que incidam sobre a compra de novos equipamentos e máquinas.
"Para termos a certeza de que a economia terá o estímulo que ela precisa, o Congresso deveria se reunir logo e aceitar as idéias que acabei de propor", afirmou o presidente, durante um pronunciamento nos jardins da Casa Branca, em Washington.
Depois dos ataques em Nova York e Washington, a economia norte-americana se deteriorou ainda mais. Se antes já dava sinais de retração, agora com certeza não escapará de uma retração. Ontem, o secretário do Tesouro, Paul O'Neill, declarou pela primeira vez publicamente que a produção de bens e serviços deve ter retraído no terceiro trimestre.
A crise fez com que Washington, pela primeira vez em mais de dez anos, partisse para uma agressiva política fiscal (de investimentos e corte de impostos), em vez de se escorar apenas na política monetária (sobretudo no controle dos juros).
Como resultado, o governo norte-americano deverá voltar a operar no vermelho, depois de mais de dez anos. Tanto no governo de George Bush pai como no de Bill Clinton a ênfase do orçamento foi a produção de superávit.
A mudança de enfoque levou alguns analistas a proclamar o liberal presidente norte-americano como o mais novo membro do clube dos keynesianos -em referência ao economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), que defendia ações governamentais para estimular a produção. Mas parece que não é o caso.
Em um encontro com empresários nesta semana, Bush justificou a política de criação de déficit como decorrência do grave quadro atual. "Somente nas seguintes circunstâncias os governos devem gerar déficit: em caso de guerra, de uma emergência nacional ou de recessão", disse. Depois destacou que pelo menos duas das condições, se não todas, aplicam-se hoje.
O pacote de estímulo, que vem sendo discutido por membros do governo e congressistas, deverá estar pronto em duas ou três semanas. "Já avançamos bastante", declarou ontem o presidente do comitê de finanças do Senado, o democrata Max Baucus.
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