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17/10/2001 - 17h18

Crise pós-atentados e Argentina impedem queda de juros, diz ABN

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GABRIELLA ESPER
da Folha Online

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central não terá outra saída em sua reunião de hoje senão a manutenção da taxa básica de juro brasileira no atual patamar. A Selic está em 19% ao ano desde o dia 18 de julho de 2001.

Para Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management, o principal motivo que levará o comitê a tomar essa decisão é a atual situação da demanda agregada (consumo e investimento) no Brasil. A elevação de juros tem como principal objetivo reduzir a demanda agregada, que já está enfraquecida.

Sendo assim, com o baixo consumo e a retração dos investimentos por que o BC não reduz os juros para reverter o quadro? "Porque os fatores da esquecida crise energética ainda estão interferindo, além das pendências [Argentina e Estados Unidos] no cenário externo", explica o economista.

No cenário traçado pelo ABN, os efeitos da crise energética brasileira começarão a ser dissipados a partir de abril de 2002, período de alívio para o racionamento de energia, final do regime das chuvas.

Um segundo elemento que impede o BC de cortar a taxa a básica é que "ninguém sabe a profundidade do impacto na economia norte-americana pós-atentados", afirma Penteado.

A crise argentina é questão secundária para o economista, mas que também causa cenário nebuloso para o corte da Selic. "O principal vilão não é Argentina e sim a desaceleração econômica mundial, que é a maior dos últimos 30 anos", diz Penteado, que ressalta o "tamanho" da desaceleração e o número de países envolvidos.

Para ele, a Argentina também "sofre" com a desaceleração e prejudica o Brasil por tabela, já que é seu principal parceiro econômico. Além disso, o país vizinho passa por um processo de reestruturação de sua dívida "que não se sabe qual será a aceitação do mercado no futuro".

O governo argentino deve divulgar neste final de semana novo pacote econômico. "Ela [Argentina] tem caixa até o ano que vem para pagar as dívidas, e por isso vai empurrar com a barriga uma solução para o próximo ano", diz o economista.
 

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