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Bancários desistem de greve em SP; outros Estados cruzam os braços
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da Folha Online
Os bancários de instituições privadas e do Banco do Brasil em São Paulo desistiram de iniciar a greve prevista para esta quarta-feira. Os funcionários da Caixa Econômica Federal, no entanto, não aceitaram as condições do banco e param hoje por tempo indeterminado em todo o país. Outros Estados seguiram a decisão do sindicato paulista, mas em outras regiões a greve começa hoje (confira lista abaixo).
A maior parte da categoria decidiu não entrar em greve depois que o Comando Nacional dos Bancários recomendou aos sindicatos que integram a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) acatar a oferta de reajuste salarial feita nesta terça-feira (2) pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).
A proposta da Fenaban prevê um reajuste salarial de 6% (1,2% de ajuste real e 4,82% de inflação), estendido para as demais verbas salariais --como vale-refeição e cesta-alimentação. Também haverá a incorporação à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) do pagamento da 13ª cesta-alimentação, a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) será de 80% do salário e mais um adicional à PLR de até R$ 1.800 --exceto HSBC e Nossa Caixa, que pagam dois salários mais R$ 878, por apresentar lucro menor.
Para forçar a negociação, os bancários pararam por 24 horas na última sexta-feira (28) e ameaçavam entrar em greve por tempo indeterminado nesta quarta. Foi acertado que os bancos não descontarão dos salários o dia em que fizeram a paralisação.
Inicialmente, os bancários pediam 10,3% de ajuste, PLR de dois salários mais valor adicional de R$ 3.500, piso salarial de R$ 1.628,24, plano de cargos em todos os bancos, pagamento de 14º salário, cesta-alimentação e auxílio-creche de R$ 380.
Os funcionários do Banco do Brasil, que têm mesa de negociação separada, também aprovaram a proposta feita pela instituição, que prevê PLR adicional à da proposta da Fenaban, correções no Plano de Cargos e Salários (PCS) e na isonomia entre novos e antigos funcionários.
Luiz Claudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, afirmou que a não realização de greve neste ano deve-se, principalmente, ao processo de negociação. Embora o reajuste aprovado (de 6%) tenha ficado distante da reivindicação (de 10,3%), Marcolino afirmou que "segue uma tendência dos últimos quatro anos, de reajuste acima da inflação".
"Em 2006, paramos por seis dias e conseguimos aumento real de 0,64%. Neste ano, conseguimos 1,2%", comparou.
Caixa
Os bancários da Caixa Econômica Federal, que negociam separadamente, aprovaram a greve, já que os bancos não fizeram nova proposta de reajuste.
Entre os entraves para os 70 mil funcionários da Caixa está o valor da PLR. No ano passado, eles receberam 80% do salário mais R$ 3.168. Neste ano, a Caixa ofereceu adicional de R$ 878.
Os bancários também querem PCS (Plano de Cargos e Salário), isonomia entre os funcionários que ingressaram antes e depois de 1998 e contratação de 1.000 concursados por mês. Não há encontro marcado entre bancários e Caixa para renegociação.
Veja abaixo as decisões dos sindicatos estaduais ou de capitais, segundo o Contraf.
Aprovaram proposta da Fenaban e do Banco do Brasil, com greve na Caixa
- Acre (greve no Basa)
- Alagoas (BNB aprovado)
- Bahia
- Belo Horizonte
- Campo Grande
- Espírito Santo
- Florianópolis (greve no Besc)
- Mato Grosso
- Paraíba
- Piauí
- Porto Alegre (Banrisul aprovado)
- São Paulo
- Belo Horizonte, sul de MG e Uberaba
Greve Geral
- Brasília
- Curitiba
- Maranhão
- Pará e Amapá
- Pernambuco (no Banco do Brasil, estado de greve)
- Rio Grande do Norte
- Sergipe
- Governador Valadares
Aprovaram apenas proposta da Fenaban
- Ceará
- Rio de Janeiro (greve de 24 horas no BB e geral na Caixa)
Realizarão assembléia hoje
- Rondônia
Não informaram
- Roraima
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