Pão de Açúcar ameaça liderança do Carrefour com aquisição do Assai

O Grupo Pão de Açúcar, que ocupa a vice-liderança do setor supermercadista no país, deve anunciar hoje a compra da rede atacadista Assai, que tem 14 lojas no Estado de São Paulo, por cerca de R$ 300 milhões.

Com a aquisição, o grupo ameaça a primeira posição do Carrefour, que ocupava a terceira colocação no ranking até abril, quando comprou a rede Atacadão e desbancou o Pão de Açúcar, líder de 2000 a 2006.

Segundo o diretor de marketing da Assai, Sidney Rosa, a rede faturou R$ 1,1 bilhão em 2006 e projeta receita de R$ 1,3 bilhão neste ano. Das 14 lojas, que empregam 3.000 funcionários no Estado, 10 estão na Grande São Paulo.

A soma do faturamento no ano passado da rede Assai com o do Grupo Pão de Açúcar resulta em receita de R$ 17,6 bilhões, contra R$ 17,8 bilhões do Carrefour com o Atacadão, acirrando a disputa pelo primeiro lugar neste ano.

Ontem à noite, nem o grupo nem a Assai confirmavam o negócio. Quando concretizado, o Pão de Açúcar, que inclui a bandeira de mesmo nome, além de Extra, CompreBem e Sendas, passará a ter lojas no formato --já existente nos concorrentes Carrefour e Wal-Mart-- chamado de "atacarejo" por vender para pequenos estabelecimentos, como restaurantes e hotéis, e para o consumidor final.

Como ressalta o consultor especializado em varejo Alberto Serrentino, da Gouvêa de Souza & MD, é um formato com despesas menores do que as dos hiper e dos supermercados, com sortimento limitado e menos funcionários.

Entre as redes varejistas de médio porte, ainda está indefinida a venda do principal alvo dos grandes supermercadistas, o GBarbosa, que ocupou a quarta posição no ranking de 2006, com faturamento de R$ 1,49 bilhão. O fundo de investimentos Acon, que controla a rede, ainda não decidiu se vai emitir ações na Bolsa ou aceitar a oferta de um dos interessados.

O setor supermercadista representa 5,3% do PIB e faturou R$ 124,1 bilhões em 2006, 0,6% a mais do que no ano anterior, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). As vendas no acumulado do ano até setembro, descontada a inflação, cresceram 6,46% no confronto com igual período de 2006.

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