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Consumo de energia sobe 7,5% em outubro
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HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O consumo de energia no mês de outubro aumentou 7,5% em relação ao mesmo mês no ano passado. Nos 12 últimos meses, comparado com o mesmo período no ano passado, o aumento foi de 4,8%. O crescimento é o maior registrado em um mês de outubro desde o fim do racionamento, em 2002.
O crescimento do consumo foi liderado pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde estão instaladas as principais indústrias do país e está concentrada a maior parte da população. Nessa área, o aumento em relação a outubro do ano passado foi de 9,2%. Nos últimos 12 meses, foi de 5,1%. As regiões Sudeste e Centro-Oeste consomem 62,3% da energia do país.
Em outubro foram consumidos 51.229 MW (megawatts) médios no chamado "sistema interligado" --todo o país menos região Norte. No mesmo mês do ano passado, o consumo médio foi de 47.646 MW.
De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o aumento do consumo de energia em outubro foi causado pelo calor registrado ao longo do mês e pelo aumento da produção industrial. As temperaturas elevadas levam a um aumento do uso de aparelhos de refrigeração, que consomem muita energia.
Ainda de acordo com a avaliação feita pelo órgão, houve aumento do uso da capacidade instalada da indústria, impulsionada tanto pelo aumento do consumo no mercado interno quanto pelas exportações, favorecidas pelo preço elevado dos principais produtos de exportação do país.
Níveis baixos
O nível de água nos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste é o mais baixo para um mês de outubro (final do período de seca) desde 2004.
Naquele ano, o nível médio em outubro ficou em 62,03% da capacidade. Na quarta-feira, último dia do mês, o nível registrado foi de 51,92%. Em outubro de 2000, o nível dos reservatórios estava em 22,9%. O racionamento foi decretado em junho do ano seguinte e acabou em fevereiro de 2002.
O nível baixo de água nos reservatórios, apesar de normal para esta época do ano, foi o responsável pelo acionamento das termelétricas a gás, o que causou corte parcial do fornecimento do produto no Rio de Janeiro e São Paulo na terça-feira.
Com menos água nos reservatórios, o preço da energia gerada pelas hidrelétricas (geralmente mais barata) aumenta. Quando isso acontece, as regras do sistema elétrico brasileiro determinam o acionamento de termelétricas.
A medida é normal e tem o objetivo de poupar a água das hidrelétricas.
Como não há gás natural suficiente para acionar termelétricas e, ao mesmo tempo, atender a todos os outros consumidores do produto, a Petrobras teve que fazer um corte parcial no gás destinado às distribuidoras.
Mesmo se a Petrobras não tivesse fornecido gás para as termelétricas, não teria faltado energia. Isso porque, embora em níveis baixos, os reservatórios das hidrelétricas ainda estão suficientemente abastecidos para garantir o suprimento de energia.
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