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06/11/2001 - 08h00

EUA devem cortar juros para 2%; decisão sai às 17h15

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MICHEL BLANCO
da Folha Online

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve baixar os juros para o menor nível desde setembro de 1961, aposta a maioria dos analistas em Wall Street.

A instituição anuncia hoje, às 17h15 (horário de Brasília), sua decisão sobre os juros. As últimas pesquisas divulgadas ontem apontam uma redução de 0,5 ponto percentual, para 2%.

Desde o início do ano, o Fed cortou os juros de 6,5% para 2,5%. Dos nove cortes realizados até agora, dois deles vieram após os atentados terroristas na tentativa de evitar que a economia caminhe para a recessão, puxada pela queda na confiança do consumidor.

Pressões
Novos indicadores sinalizam a proximidade de recessão no país. A atividade do setor de serviços registrou, em outubro, contração maior do que a esperada por analistas. O índice NAPM (sigla em inglês para Associação Nacional dos Gerentes de Compra) para o setor de serviços, divulgado ontem, caiu para 40,6 pontos, após ter ficado em 50,2 pontos no mês anterior.

Esperava-se que o último indicador econômico divulgado antes da decisão do Fed recuasse para 47 pontos -qualquer leitura abaixo dos 50 pontos indica contração.

A maior parte dos economistas passou a esperar corte de meio ponto percentual nos juros depois que a taxa de desemprego, divulgada na sexta-feira passada, registrou nível pior que o previsto. Em outubro, o desemprego atingiu 5,4%, enquanto foram eliminados 415 mil postos de trabalho, o mais elevado número desde maio de 1980.

Segundo pesquisa da consultoria privada Challenger, Gray & Christmas, as empresas norte-americanas anunciaram 442.999 cortes de emprego após os atentados do 11 de setembro.

Já a atividade industrial em outubro, medida pelo índice NAPM (Associação Nacional dos Gerentes de Compra), ficou em 39,8 pontos no mês passado, o pior desempenho desde a recessão de 1990-1991. O resultado, divulgado na quinta-feira passada, reflete a maior queda nos gastos dos consumidores em quase 15 anos, de 1,8% em setembro.

Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto), embora mostre um cenário menos dramático, também indica riscos de recessão. De julho a setembro, a soma de todas as riquezas produzidas no país ficou em -0,4%, enquanto a expectativa média apontava queda de 1%. Desde a recessão de 1991, a economia só havia retraído no primeiro trimestre de 1993.

Mas o recuo de 0,4% em termos anualizados ainda é um resultado preliminar do Departamento de Comércio, e pode ser ser revisado para cima ou para baixo.

É importante observar que o PIB do terceiro trimestre foi apenas marginalmente afetado pela deterioração da confiança do consumidor ocorrida após o 11 de setembro, o que faz supor que os dados dos últimos três meses do ano deverão mostrar desaceleração adicional, o que formalmente caracterizaria uma recessão.

  • Veja os reflexos da guerra na economia

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