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07/11/2001 - 08h03

Juro real americano já está perto de zero

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da Folha de S.Paulo

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) confirmou as previsões da maioria dos analistas do mercado financeiro e executou ontem a décima redução na taxa de juros só neste ano. O corte, de meio ponto percentual, trouxe os juros para 2% ao ano. O juro real (descontada a inflação) está muito próximo de zero.

Os Estados Unidos não tinham uma taxa tão baixa desde setembro de 1961. O corte decidido ontem é o terceiro ocorrido depois dos ataques do dia 11 de setembro. "Crescentes incertezas e preocupações sobre a deterioração das condições econômicas no país e no exterior estão reduzindo o vigor da atividade econômica", disse o Fed em seu comunicado.

Desde o começo do ano as autoridades monetárias norte-americanas têm feito uma agressiva política de redução dos juros, na tentativa de evitar o chamado "hard landing" (pouso abrupto). Depois dos atentados, o quadro se agravou. A produção industrial desabou, os investimento caíram, o consumo recuou e o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu pela primeira vez em nove anos.

O Fed afirmou que ainda tem como objetivos centrais a manutenção dos preços e o crescimento sustentando, mas que, no momento, a deterioração da atividade econômica representa uma ameaça maior, por isso optou pelo corte. Mas, para o Fed, "continuam favoráveis as perspectivas de crescimento econômico e de produtividade, assim que as forças que têm restringido a demanda percam sua intensidade."

No começo do ano, a taxa de juros de "overnight" do Fed (equivalente à Selic do BC brasileiro) era de 6,5%. O primeiro corte do ano, de meio ponto, ocorreu no dia 3 de janeiro. No total, foram oito reduções de meio ponto e duas de 0,25 ponto percentual.

Como o índice anualizado de preços ao consumidor tem ficado em torno de 2,5% nos últimos meses, os juros estão perto (ou abaixo) de zero. Mesmo assim, analistas dizem que o corte poderá surtir pouco efeito no reaquecimento econômico. O crédito está barato, mas as empresas não estão investindo. Pelo contrário.

A maioria das companhias está se reestruturando, para se adequar à queda na demanda. Com demanda em baixa, aumenta a capacidade ociosa. O resultado são demissões maciças, que acabam se refletindo no consumo.

A nova redução nos juros também não deverá trazer maiores consequências para os países emergentes. Ainda que estes ofereçam juros mais atraentes (os brasileiros são de 19%), os grandes bancos internacionais têm optado por investimentos mais seguros, especialmente depois da crise argentina.
 

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