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08/11/2001
-
07h41
ANA PAULA RAGAZZI
da Folha de S.Paulo
Os investidores voltaram a se desfazer de dólares ontem, e a moeda americana encerrou o dia em sua menor cotação desde 4 de setembro. O dólar caiu 1,8% e fechou a R$ 2,563. No mês, a moeda acumula desvalorização de 5%. No ano, ainda há valorização de 31,37%.
A expectativa da finalização do acordo entre o governo argentino e as Províncias foi o motivo apontado por analistas para a baixa da moeda norte-americana ontem.
Nos últimos dias, uma das razões para a queda do dólar foi o "descolamento" dos mercados brasileiro e argentino. Apesar da piora no cenário do país vizinho, a taxa de risco-país brasileira, medida pelo JP Morgan, oscilava pouco, e os C-Bonds, títulos da dívida brasileira, se valorizavam.
Ontem, o mercado nacional aproveitou a boa notícia para se "colar" novamente ao argentino _agora, para acompanhar sua valorização.
"Qualquer fator negativo em relação à Argentina já havia sido incorporado pelo mercado, que aproveitou um fato positivo e subiu junto", afirmou Helio Osaki, analista da Finambras.
A alta de 2,95% dos C-Bonds, para US$ 0,72, também contribuiu para o movimento de venda de dólares, segundo analistas. Os títulos refletem o sentimento dos investidores estrangeiros em relação aos países emergentes.
O dólar iniciou o dia com pequena alta, refletindo o novo adiamento do leilão da Copel.
Na BM&F, o contrato do dólar com vencimento em dezembro fechou com queda de 1,29%. Foi mais um dia de desmontagem de operações de "hedge" (proteção) por parte de bancos.
Para Luiz Henrique Didier, presidente da Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio, o movimento de ontem reforça a tese de que há muito tempo a taxa de câmbio brasileira havia atingido níveis irreais. "Há uma forma técnica para, num sistema de câmbio flutuante, calcular o valor da moeda. Isso não pode ser feito por um movimento especulativo."
Ele lembra que, em julho e agosto, o dólar subia por causa do agravamento da situação argentina. Após o atentado nos EUA, a Argentina foi esquecida, e as incertezas em relação ao futuro da maior economia mundial pressionavam o câmbio. Quando a expectativa para os EUA se acalmou, voltou-se a falar em Argentina.
"O mercado fica tentando achar fatos para justificar a alta do dólar." Didier acredita que a moeda estará em um nível adequado se se situar na casa dos R$ 2,40 já no início de 2002. O mercado avalia que a moeda encontrará seu piso na casa dos R$ 2,60.
Uma outra notícia contribui para o alívio no câmbio ontem. O Grupo Votorantim concluiu uma captação de US$ 300 milhões com bancos internacionais.
Dólar cai a R$ 2,56, menor valor em 2 meses
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da Folha de S.Paulo
Os investidores voltaram a se desfazer de dólares ontem, e a moeda americana encerrou o dia em sua menor cotação desde 4 de setembro. O dólar caiu 1,8% e fechou a R$ 2,563. No mês, a moeda acumula desvalorização de 5%. No ano, ainda há valorização de 31,37%.
A expectativa da finalização do acordo entre o governo argentino e as Províncias foi o motivo apontado por analistas para a baixa da moeda norte-americana ontem.
Nos últimos dias, uma das razões para a queda do dólar foi o "descolamento" dos mercados brasileiro e argentino. Apesar da piora no cenário do país vizinho, a taxa de risco-país brasileira, medida pelo JP Morgan, oscilava pouco, e os C-Bonds, títulos da dívida brasileira, se valorizavam.
Ontem, o mercado nacional aproveitou a boa notícia para se "colar" novamente ao argentino _agora, para acompanhar sua valorização.
"Qualquer fator negativo em relação à Argentina já havia sido incorporado pelo mercado, que aproveitou um fato positivo e subiu junto", afirmou Helio Osaki, analista da Finambras.
A alta de 2,95% dos C-Bonds, para US$ 0,72, também contribuiu para o movimento de venda de dólares, segundo analistas. Os títulos refletem o sentimento dos investidores estrangeiros em relação aos países emergentes.
O dólar iniciou o dia com pequena alta, refletindo o novo adiamento do leilão da Copel.
Na BM&F, o contrato do dólar com vencimento em dezembro fechou com queda de 1,29%. Foi mais um dia de desmontagem de operações de "hedge" (proteção) por parte de bancos.
Para Luiz Henrique Didier, presidente da Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio, o movimento de ontem reforça a tese de que há muito tempo a taxa de câmbio brasileira havia atingido níveis irreais. "Há uma forma técnica para, num sistema de câmbio flutuante, calcular o valor da moeda. Isso não pode ser feito por um movimento especulativo."
Ele lembra que, em julho e agosto, o dólar subia por causa do agravamento da situação argentina. Após o atentado nos EUA, a Argentina foi esquecida, e as incertezas em relação ao futuro da maior economia mundial pressionavam o câmbio. Quando a expectativa para os EUA se acalmou, voltou-se a falar em Argentina.
"O mercado fica tentando achar fatos para justificar a alta do dólar." Didier acredita que a moeda estará em um nível adequado se se situar na casa dos R$ 2,40 já no início de 2002. O mercado avalia que a moeda encontrará seu piso na casa dos R$ 2,60.
Uma outra notícia contribui para o alívio no câmbio ontem. O Grupo Votorantim concluiu uma captação de US$ 300 milhões com bancos internacionais.
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