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11/11/2001
-
09h21
VIVALDO DE SOUSA
da Folha de S. Paulo, em Brasília
A economia brasileira deverá retomar sua trajetória de crescimento no primeiro semestre do próximo ano, segundo previsão de Amaury Bier, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. "O processo de recuperação será muito rápido", disse.
Segundo o economista, a perspectiva da economia norte-americana, após a última redução da taxa de juros, é expansionista, e isso terá uma repercussão boa no cenário mundial nos próximos meses. Mas restam pelo menos duas questões sobre as quais ainda há muitas dúvidas.
A primeira delas é como ficam os conflitos provocados pelos atentados terroristas contra os Estados Unidos em setembro. Se ficarem restritos ao Afeganistão, o efeito negativo sobre a economia mundial tenderá a ser menor, o que facilitará a recuperação. A segunda é o momento e a intensidade da recuperação da economia dos Estados Unidos.
Sem "efeito Lula"
No cenário interno, Bier disse que o racionamento será resolvido em 2002, inclusive com investimentos do setor privado. "O racionamento provocou uma crise de demanda muito mais pelo seu anúncio do que pelos efeitos."
Nem mesmo a possibilidade de um candidato da oposição ganhar a eleição presidencial deverá atrapalhar a recuperação econômica, segundo Bier. "Isso não deve ser um elemento perturbador", disse ele, acrescentando que a estabilidade da moeda é um princípio que já foi internalizado pelo sociedade brasileira.
Indagado se já está na hora de reduzir juros, Bier disse que essa é uma decisão que cabe somente ao Banco Central.
Para ele, a queda na cotação do dólar, que fechou a semana em R$ 2,53, foi consequência de uma série de fatores. Entre eles, a melhora no saldo da balança comercial e nas expectativas com relação à crise argentina.
"Num sistema de câmbio flutuante, a cotação sobe, cai, sobe e pode cair novamente", disse Bier, que citou ainda as medidas adotadas pelo BC para reduzir os investimentos dos bancos em dólares como outro motivo para a valorização do real.
Também contribuiu para esse cenário o descolamento do risco do Brasil e do da Argentina, que se acentuou nos últimos dias. Outro fator positivo foram as intervenções feitas pelo BC por meio da venda de títulos cambiais e de dólares.
Retomada econômica será rápida, diz Bier
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da Folha de S. Paulo, em Brasília
A economia brasileira deverá retomar sua trajetória de crescimento no primeiro semestre do próximo ano, segundo previsão de Amaury Bier, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. "O processo de recuperação será muito rápido", disse.
Segundo o economista, a perspectiva da economia norte-americana, após a última redução da taxa de juros, é expansionista, e isso terá uma repercussão boa no cenário mundial nos próximos meses. Mas restam pelo menos duas questões sobre as quais ainda há muitas dúvidas.
A primeira delas é como ficam os conflitos provocados pelos atentados terroristas contra os Estados Unidos em setembro. Se ficarem restritos ao Afeganistão, o efeito negativo sobre a economia mundial tenderá a ser menor, o que facilitará a recuperação. A segunda é o momento e a intensidade da recuperação da economia dos Estados Unidos.
Sem "efeito Lula"
No cenário interno, Bier disse que o racionamento será resolvido em 2002, inclusive com investimentos do setor privado. "O racionamento provocou uma crise de demanda muito mais pelo seu anúncio do que pelos efeitos."
Nem mesmo a possibilidade de um candidato da oposição ganhar a eleição presidencial deverá atrapalhar a recuperação econômica, segundo Bier. "Isso não deve ser um elemento perturbador", disse ele, acrescentando que a estabilidade da moeda é um princípio que já foi internalizado pelo sociedade brasileira.
Indagado se já está na hora de reduzir juros, Bier disse que essa é uma decisão que cabe somente ao Banco Central.
Para ele, a queda na cotação do dólar, que fechou a semana em R$ 2,53, foi consequência de uma série de fatores. Entre eles, a melhora no saldo da balança comercial e nas expectativas com relação à crise argentina.
"Num sistema de câmbio flutuante, a cotação sobe, cai, sobe e pode cair novamente", disse Bier, que citou ainda as medidas adotadas pelo BC para reduzir os investimentos dos bancos em dólares como outro motivo para a valorização do real.
Também contribuiu para esse cenário o descolamento do risco do Brasil e do da Argentina, que se acentuou nos últimos dias. Outro fator positivo foram as intervenções feitas pelo BC por meio da venda de títulos cambiais e de dólares.
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