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21/01/2008 - 09h45

Instabilidade dificulta decisões na Bolsa

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

O começo de 2008 tem sido consideravelmente agitado para a Bolsa de São Paulo, que já se desvalorizou em 10%. Para os investidores menos experientes, esse é um momento mais complicado para fazer decisões de investimento. Um dos indicadores desse cenário mais adverso é o que mede a volatilidade, que cresceu bastante nos últimos tempos.

A volatilidade indica a intensidade e a freqüência das oscilações dos preços das ações (e de outros ativos) em um determinado período de tempo e é um relevante parâmetro para medir o risco de uma aplicação. Quanto mais volátil um ativo, mais difícil é fazer as suas projeções de ganhos e perdas.

O índice Ibovespa ilustra bem esse movimento. Se for considerado um período de um ano, a volatilidade do Ibovespa fica em 27,76%. Já se for levado em conta um período mais curto, de um mês para cá, a volatilidade sobe para 32,52%. O Ibovespa é o principal índice de ações da Bolsa paulista e reúne os 64 papéis mais negociados.

"Temos visto a volatilidade crescendo desde o ano passado, com o cenário internacional mais turbulento. Neste início de ano, isso não mudou. Pelo contrário. O mercado acionário tem ficado cada vez mais volátil", afirma o analista José Francisco Cataldo, da ABN Amro Real Corretora.

Esse aumento da volatilidade nas últimas semanas pode ser verificado em grande parte das principais ações da Bovespa em diferentes segmentos. Em outras palavras, o mercado está mais arisco e arriscado que o observado há algum tempo.

Um bom exemplo da elevação da volatilidade são as ações Telemar PN. De uma volatilidade de 36,67% registrada para o período de um ano, as ações passaram a um índice de 73,25% no último mês.

A expectativa em torno da possibilidade de a Oi (ex-Telemar) fechar a operação para adquirir a Brasil Telecom agitou os negócios com as ações das duas companhias na Bolsa nas últimas semanas, fazendo com que seus valores oscilassem consideravelmente.
"O pequeno investidor é quem mais sofre nesses momentos de maior instabilidade, pois está menos acostumado", avalia Cataldo.

A Petrobras foi outra que trouxe maior preocupação para o investidor. A ação preferencial da companhia alterou seu índice de volatilidade de 37,94% em um ano para 51,84% em um mês. As ações da Petrobras talvez sejam as que mais impacto sofreram do turbulento cenário internacional.

A queda no preço do barril de petróleo é um dos fatores que mexeram com os papéis da empresa. Na primeira semana do ano, o barril de petróleo alcançou a barreira dos US$ 100 na Bolsa de Nova York. Na sexta-feira, fechou a US$ 90,57.

As ações da Petrobras estão entre as preferidas do investidor estrangeiro. E o que se tem visto nos últimos pregões são os estrangeiros vendendo ações brasileiras.

Estrangeiros

Dados da Bovespa mostram que, até o dia 16, os estrangeiros mais venderam que compraram ações de companhias nacionais, no montante de R$ 3,36 bilhões. Em todo o ano passado, que já foi bem ruim no que se refere a investimento de estrangeiros no pregão da Bolsa, esse balanço mostrou resultado negativo de R$ 4,2 bilhões.

Os estrangeiros respondem hoje por cerca de 37% das operações da Bovespa. Dessa forma, as movimentações desse segmento do mercado acabam por ter pesada influência no desempenho da Bolsa doméstica.

A venda rápida e expressiva de papéis pelos estrangeiros é um dos fatores que têm colaborado para o aumento da volatilidade do mercado brasileiro.

"Este começo de ano está muito mais complicado para a Bolsa de Valores devido às incertezas em relação à economia norte-americana. Ainda vejo o mercado acionário com perspectiva positiva, como uma boa opção de investimento, mas esse período de alta volatilidade é bastante difícil", afirma Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.

Entre os grandes bancos nacionais, o que mostrou maior aumento em sua volatilidade foi o Bradesco. A ação PN do banco, que tem um índice de 33,67% para o período de um ano, registra para o prazo de um mês volatilidade de 37,26%.

Investidores e analistas estão hoje envoltos em muitas incertezas e temores em relação ao futuro da maior economia do mundo. Os EUA vivem neste momento o risco de entrar em um período de recessão.

A atual crise teve a sua origem nas dificuldades enfrentadas pelo setor de crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos, chamado de "subprime", as quais se intensificaram no segundo semestre do ano passado.

A crescente inadimplência derrubou o valor de títulos atrelados ao setor de crédito imobiliário. E o resultado foram prejuízos bilionários para os maiores bancos do mundo.

As perdas pressionaram as taxas de juros de mercado e fizeram com que encolhesse a oferta de crédito. Nesse cenário, foi inevitável o aumento do pessimismo e do conservadorismo tanto de consumidores como de investidores.

O que os últimos dados econômicos dos EUA têm mostrado é um enfraquecimento da economia, o que tem levado investidores a venderem ações na tentativa de se anteciparem a resultados ruins a serem anunciados pelas empresas.

Comentários dos leitores
Cassio XF (50) 28/01/2010 13h55
Cassio XF (50) 28/01/2010 13h55
O Dolar estah aumentando devido a alguns fatores, tais como ajuda milionaria ao Haiti, na qual o gov. teve que comprar milhoes de dollares para envio, alem de emprestimos bilionarios dados pela caixa para imoveis , o que diluirah o valor do Real(dinheiro impresso do nada). Contudo , a economia do Brasil ainda estah muito quente, enquanto que a americana estah sofrendo com o deficit trilionario. Por isso o dolar deverah cair novamente, nao por meritos de nossa economia, mas pelo colapso da moeda americana como moeda mundial de troca.
Quem comprar dolares perderah dinheiro. Eu ja dizia isso em Nov de 2008 quando o dolar foi de 1.65 a 2,40 devido ao panico em Walstreet, o dolar disparou pois empresas comecaram a comprar muito dolar para honrar compromissos. Uma vez honrados o real valor do Dolar voltou a realidade, entre 1.70 a 1.75.
Contudo c/ a politica de Obama que continua c/ a mesma politica do Bush ( marionetes do FED), a moeda americana tende a cair ainda mais, pois estao jorrando o mercado c/ mais dolar a custo quase zero, desvalorizando o poder da moeda.
sem opinião
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Olmir Antonio de Oliveira (120) 15/01/2010 12h30
Olmir Antonio de Oliveira (120) 15/01/2010 12h30
A respeito do sitema de geração de energia. Até o presente momento não se sabe nada a respeito da retribuição ao favor recebido do novo integrante do mercosul. Dado o custo da construção de rede, e de experiencia de passado recente usando usina, consumindo derivado de petroleo. Isto é de se pensar e porque não licitar a construção de uma ou duas PCH, é de se acreditar na existencia de recursos para o financiamento, inclusive no mercado internacional. Poderia se adotar sistema construtivo diferenciado, já esperimentado e de eficiencia comprovada, de baiximo impacto ambiental, adotando pequenas correntes de água de região de topografia acidentada. Fazendo desvios, usando tuneis e ou tubolações, se teria boa capacidade de geração e sem devastar o meio ambiente, poderia se dar ao exedente de produção a oportunidade de industrialização a região, itens basicos, do agro negocio e ou produtos menos elaborados..... exemplos de possibilade não faltam, alcool combustivel a partir de frutas regionais, raizes e tuberculos ..... que possibilitariam uma expansão da econômia dessa região extrema do país, distancia enorme aos demais centros, mas não menos merecedora de atenção de ação de parte do governo....... 2 opiniões
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Olmir Antonio de Oliveira (120) 15/01/2010 11h49
Olmir Antonio de Oliveira (120) 15/01/2010 11h49
A respeito respeito da construção de usinas nucleares. O consumidor pode auxiliar em muito para o sistema atual, escolhedos produtos com maior eficiência e ou menor consumo de energia. Sem ser contra a construção de usinas nucleares, penso ser "bem mal nescessário e ou mal bem nescessário", mas que sempre que possivel é melhor adiar o uso, ter este sistema só para emergência. Sabido todos os problemas e custos, certamente os maiores estão nos rejeitos, lixo para ficar guardado por centenas de anos, e muito bem acondicionados...... O brasileiro falta dar incentivo a industria de sistema alternativos,exemplifico: lampadas de Leds, tv, monitores que também usam tal tecnôlogia, industrias aqui instaladas, filiais de multinacionais, não usam tal tecnologia, não industrializam tais itens, exemplos:Toshiba, Osran...É certo que o custo inicial para o consumidor é maior, para lampadas se oferecerem ao consumidor similar as incandecentes (incandescentes já proibidas a industrialização e venda em diversos países), para algo parecido com o equivalente a cinco dolares possibilitariam retorno de investimento ao consumidor. Programas de uso e de industrialização de sistemas para uso domestico de celulas fotovoltraicas, industrializar aqui o silicio, materia prima que é vendida a preço de banana, pagar valor significativo ao execedente do consumo o dobro do valor pago a consecionaria. Adotar para hidroeletricas padrão de geradores mais eficientes, ganho esperado de 20 a 50 pontos na gera... 1 opinião
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