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03/12/2001 - 18h51

Argentina sobrevive bem ao primeiro dia de pacote

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

O governo argentino conseguiu esfriar os ânimos do mercado. No primeiro dia da vigência das medidas que mudaram as regras no sistema financeiro, os juros cederam e os depósitos bancários ficaram quase estáveis.

No início do dia, filas podiam ser vistas nos bancos e nos caixas eletrônicos. Mas durante a tarde o número de clientes diminuiu. Fontes do mercado afirmam que a saída dos depósitos financeiros hoje devem ter girado em torno de US$ 10 milhões. Somente na sexta, saíram cerca de US$ 700 milhões dos depósitos.

A proibição de as instituições financeiras realizarem empréstimos em pesos fez os juros não superaram os15% anuais. Na sexta, as taxas dos juros interbancários bateram nos 700% anuais.

A informação de que o ministro da Economia, Domingo Cavallo, afirmou que o país está acertando novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para o próximo ano também impactou no mercado. O governo luta para conseguir receber do Fundo o desembolso de US$ 1,26 bilhão antes dos vencimentos de sua dívida no próximo dia 19.

"O governo teve de usar a medida de força da Lei para conseguir diminuir a tensão no mercado", afirma o analista da consultoria Delphos Investment, Leonardo Chialva.

O risco-país caiu para 3.152 pontos básicos. O Merval subiu 5,5%. Mas a queda do risco-país não indica uma mudança de perspectiva geral do mercado em relação ao risco de a Argentina declarar "default" (calote).

A agência de classificação de risco Moody's não alterou a nota da argentina, que continua a um passo do nível de "default" depois de conhecidas as medidas.

"Apesar dos valentes esforços do governo para resgatar a confiança dos mercados financeiros e recuperar o controle político, as recentes medidas farão pouco para evitar os problemas que os impactos internos e externos podem ter no frágil equilíbrio financeiro da Argentina", diz comunicado da agência.

Declarações do subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Taylor, que afirmou que as restrições sobre as transações financeiras é um passo importante para levar o país a uma economia saudável, repercutiram positivamente no mercado internacional de títulos públicos.

"A Argentina deu passos importantes para enfatizar que deseja manter a conversibilidade de sua moeda. Mais contas nos bancos serão em dólares e reforçarão a conversibilidade sem uma desvalorização", disse Taylor.

O governo anunciou na noite de sábado uma série de medidas para tentar conter a forte sangria dos depósitos bancários, que havia superado US$ 1 bilhão nos dois últimos dias da semana. Se os depósitos continuassem caindo, a conversibilidade (um peso vale um dólar) ficaria em risco.

A mais polêmica das novas medidas é a que passou a limitar os saques semanais das contas a US$ 250. Cavallo e o presidente De la Rúa falaram no domingo em cadeia de televisão para tentar explicar a necessidade das mudanças e acalmar a população.

Para ter acesso aos recursos de seus depósitos que superam os US$ 250 que podem ser sacados semanalmente, terão de utilizar cartões de crédito e bancários ou cheques.
 

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