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17/03/2008 - 16h36

Crise de hipotecas nos EUA é a ponta do iceberg, diz relator da ONU

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da Efe, em Genebra

A crise de hipotecas de alto risco ("subprime") nos Estados Unidos é apenas a ponta do iceberg do problema da moradia no mundo e uma conseqüência do modelo econômico que privilegia exclusivamente os princípios do mercado livre, disse nesta segunda-feira um analista da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Devemos conseguir que o imóvel recupere seu status de bem social", declarou o relator da organização multilateral, Miloon Kothari, que classificou como "equivocada" a solução encontrada pelo governo dos EUA --que concederá dinheiro às pessoas inadimplentes para que paguem suas hipotecas, pois isso "não resolve o problema em suas bases".

Ele sustentou que a impossibilidade de centenas de milhares de americanos de pagar suas hipotecas e as dificuldades que isso está causando no sistema financeiro internacional contradiz a teoria de alguns acadêmicos, liderados pelo peruano Hernando de Soto, que o acesso dos mais pobres à propriedade lhes permitiria melhorar sua situação e impulsionar o crescimento econômico.

Para reverter essa crise, Kothari recomendou reforçar as legislações sobre arrendamento, investir em imóveis sociais e promover outros tipos de alojamentos a preços acessíveis, como as cooperativas.

Além disso, se mostrou a favor da criação de casas "de transição" para os sem-teto.

O relator apresentou hoje ao Conselho de Direitos Humanos da ONU seu último relatório antes de concluir seu mandato (2000-2008), no qual adverte do agravamento do problema da moradia em nível mundial, tanto em países pobres como ricos.

A esse respeito, precisou que a metade da população mundial não desfruta plenamente do direito a uma moradia digna, o número de sem-teto aumentou para 100 milhões enquanto 1 bilhão de pessoas vivem em casas que o relator qualificou de "inadequadas".

Além disso, revelou que atualmente os grandes projetos imobiliários e de desenvolvimento urbano causam o despejo forçado de mais pessoas que os conflitos e os desastres naturais.

 

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