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16/01/2002
-
07h18
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
O total de trabalhadores na indústria paulista hoje é o menor desde o início do Plano Real. Há 1,580 milhão de pessoas empregadas no Estado. No final de 1994, ano em que o atual governo lançou o real, eram 2,150 milhões de trabalhadores. Conclusão: a indústria eliminou, em sete anos, 570 mil postos de trabalho.
O levantamento foi divulgado ontem pela Fiesp, entidade que representa 129 sindicatos da indústria paulista, dona de 14% do PIB industrial.
Essa queda no emprego não impediu que o setor continuasse a crescer. Estima-se que a atividade industrial no Estado tenha se expandido mais de 2% em 2001.
''Na verdade, tenho certeza de que, se não tivéssemos cortado pessoal, não cresceríamos'', disse Clarice Messer, diretora da Fiesp.
A série de más notícias não pára por aí. Há sete meses consecutivos o setor só demite. Segundo o balanço, de junho a dezembro de 2001, mais de 41 mil pessoas perderam suas vagas -só 8.600 conseguiram recolocação.
Pelas contas dos técnicos, o ano de 2001 reverteu todo o resultado positivo registrado no ano anterior. Como foram demitidos 41 mil trabalhadores -e contratados 8.600- o saldo negativo atingiu quase 32,5 mil no período.
Entretanto esse número é superior ao total de vagas criadas em 2000 (27,4 mil).
Logo, seria preciso que o país voltasse a ter um ano inteiro melhor do que 2000 para conseguir reverter o desempenho registrado em 2001. Um cenário que, a Fiesp já antecipa, não acontecerá.
Nas comparações de meses isolados, o resultado também é ruim. São Paulo teve o seu pior dezembro em 2001 desde dezembro de 98. A queda no emprego no mês passado foi de 0,36%. Em 99 e 2000 os resultados foram melhores, com reduções de 0,25% e 0,20%, respectivamente.
Uma série de fatores contribuiu para uma ''combinação explosiva'' que, segundo Clarice, acabou com as chances de expansão no emprego em 2001. A principal razão foi a queda na demanda.
A renda do trabalhador caiu no ano passado, as vendas desabaram e as indústrias reduziram suas metas de produção. O estopim foi a crise energética.
Sem eletricidade, projetos de expansão industrial foram revistos. Estima-se que deixaram de ser criadas 13 mil vagas em 2001 por conta da crise de energia.
Quem mais sofreu com a disparada no desemprego foram os empregados do setor eletrônico. Os fabricantes de TVs e celulares demitiram 11,6% a mais em 2001. Em compensação, as empresas de alimentos tiveram de contratar.
A expansão no emprego no segmento de massas e biscoitos, por exemplo, atingiu 15,3%. Só há uma ressalva a ser feita. Esse aumento reflete também a contratação de pessoal temporário. Ou seja, esses empregados podem estar na rua nos próximos meses.
Indústria perde 570 mil vagas no Plano Real
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da Folha de S.Paulo
O total de trabalhadores na indústria paulista hoje é o menor desde o início do Plano Real. Há 1,580 milhão de pessoas empregadas no Estado. No final de 1994, ano em que o atual governo lançou o real, eram 2,150 milhões de trabalhadores. Conclusão: a indústria eliminou, em sete anos, 570 mil postos de trabalho.
O levantamento foi divulgado ontem pela Fiesp, entidade que representa 129 sindicatos da indústria paulista, dona de 14% do PIB industrial.
Essa queda no emprego não impediu que o setor continuasse a crescer. Estima-se que a atividade industrial no Estado tenha se expandido mais de 2% em 2001.
''Na verdade, tenho certeza de que, se não tivéssemos cortado pessoal, não cresceríamos'', disse Clarice Messer, diretora da Fiesp.
A série de más notícias não pára por aí. Há sete meses consecutivos o setor só demite. Segundo o balanço, de junho a dezembro de 2001, mais de 41 mil pessoas perderam suas vagas -só 8.600 conseguiram recolocação.
Pelas contas dos técnicos, o ano de 2001 reverteu todo o resultado positivo registrado no ano anterior. Como foram demitidos 41 mil trabalhadores -e contratados 8.600- o saldo negativo atingiu quase 32,5 mil no período.
Entretanto esse número é superior ao total de vagas criadas em 2000 (27,4 mil).
Logo, seria preciso que o país voltasse a ter um ano inteiro melhor do que 2000 para conseguir reverter o desempenho registrado em 2001. Um cenário que, a Fiesp já antecipa, não acontecerá.
Nas comparações de meses isolados, o resultado também é ruim. São Paulo teve o seu pior dezembro em 2001 desde dezembro de 98. A queda no emprego no mês passado foi de 0,36%. Em 99 e 2000 os resultados foram melhores, com reduções de 0,25% e 0,20%, respectivamente.
Uma série de fatores contribuiu para uma ''combinação explosiva'' que, segundo Clarice, acabou com as chances de expansão no emprego em 2001. A principal razão foi a queda na demanda.
A renda do trabalhador caiu no ano passado, as vendas desabaram e as indústrias reduziram suas metas de produção. O estopim foi a crise energética.
Sem eletricidade, projetos de expansão industrial foram revistos. Estima-se que deixaram de ser criadas 13 mil vagas em 2001 por conta da crise de energia.
Quem mais sofreu com a disparada no desemprego foram os empregados do setor eletrônico. Os fabricantes de TVs e celulares demitiram 11,6% a mais em 2001. Em compensação, as empresas de alimentos tiveram de contratar.
A expansão no emprego no segmento de massas e biscoitos, por exemplo, atingiu 15,3%. Só há uma ressalva a ser feita. Esse aumento reflete também a contratação de pessoal temporário. Ou seja, esses empregados podem estar na rua nos próximos meses.
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