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08/05/2008 - 16h52

FMI alerta sobre risco da inflação para economia mundial

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da Efe, em Nova York

O subdiretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), John Lipsky, advertiu nesta quinta-feira para o risco que representa o aumento mundial da inflação e pediu cuidado com as políticas que, idealizadas para combater a desaceleração econômica, aumentam os preços.

"Esta aceleração da inflação deve ser levada a sério porque pode representar um significativo desafio para a estabilidade econômica", afirmou Lipsky durante seu discurso perante o Conselho de Relações Exteriores, um organismo privado com sede em Nova York que promove o debate sobre assuntos internacionais.

Na opinião de Lipsky, o aumento mundial dos preços --que "cerca os 5,5% ao ano, frente a ritmos inferiores a 4% em exercícios anteriores"-- poderia solapar "as tentativas mantidas desde o começo da década para restabelecer a combinação de um crescimento sólido e uma baixa inflação."

A advertência por parte do FMI foi feita uma semana depois que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) baixou a taxa de juros de referência pela sétima vez desde setembro, até 2%.

Desde que começou a crise de créditos gerada pelas hipotecas de alto risco nos Estados Unidos, o Fed reduziu os juros (e injetou diretamente mais de US$ 400 bilhões) como instrumento para diminuir as tensões creditícias e manter o crescimento econômico, apesar de essa política gerar inflação.

No entanto, após seu último corte, o Federal Reserve já deixou entrever que poderia renunciar a essa política de redução de juros para favorecer a contenção da inflação.

O subdiretor do FMI incidiu hoje em sua preocupação pelo avanço da inflação, que "se deve principalmente ao encarecimento da energia e as matérias-primas" e que "ressurgiu após anos de latência".

No que se refere à zona do euro, Lipsky assinalou que o pronunciado aumento da inflação e as preocupações sobre sua futura evolução afetam a confiança e a despesa dos consumidores, e destacou que os preços são uma das principais preocupações do BCE (Banco Central Europeu).

"Os responsáveis dos bancos centrais e da elaboração de políticas fiscais têm que prestar muita atenção aos potenciais riscos de inflação", disse Lipsky.

"Sinais de mais pressões sobre a inflação de base (frente à subjacente) justificariam uma contundente política de resposta, não serão sacrificadas as impressionantes conquistas em matéria de estabilidade geral alcançadas nos últimos anos", defendeu.

Apesar de suas advertências e com o barril de petróleo em máximos históricos, Lipsky assegurou que o FMI ainda confia em que não acontecerá o mesmo que nos anos 1970, quando se aliou um arrefecimento econômico com uma aceleração da inflação, embora não tenha descartado que algo assim ocorra.

Com relação ao "profundo" arrefecimento econômico que vivem os Estados Unidos, o subdiretor do FMI advertiu de que não se trata de um fato isolado, mas "o crescimento está diminuindo em todas as regiões do mundo."

Segundo os cálculos do fundo, o crescimento econômico mundial cercará os 3,75% este ano e se manterá em torno desse número em 2009.

Entre suas propostas para combater a inflação mundial, Lipsky mencionou a promoção de políticas que contribuam para aumentar a provisão dos bens que mais rapidamente encarecem, como alimentos e combustíveis.

Também sugeriu a estabilização do regime de investimentos petrolíferos no mundo, a redução do protecionismo e a demanda de petróleo e a subvenção do desenvolvimento de biocombustíveis.

 

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