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30/01/2002
-
08h44
da Folha de S.Paulo
A ciranda financeira voltou à Argentina. Cobrar ágio em transações envolvendo troca de pesos por títulos públicos e cheques de contas bloqueadas no curralzinho tornou-se um dos negócios mais rentáveis na paralisada economia local, revela reportagem publicada pelo "Ambito Financeiro". O sucesso das transações é garantido pela crônica falta de pesos.
Os supermercados são os maiores operadores desse mercado paralelo. Funcionam hoje como verdadeiras financeiras. Trocam títulos públicos e cheques (de contas bloqueadas) por pesos com ágios que chegam a 15%. Ganham mais com transações paralelas do que com sua atividade original, avalia o diário econômico argentino.
Com a queda no poder aquisitivo da população e a recessão, essas empresas não têm margem para aumentar os preços, mas possuem boas reservas em pesos e acesso a instrumentos de investimentos mais sofisticados. Empresas de transporte público e casas de espetáculos também aderiram às transações financeiras.
Os cheques e os bônus obtidos com as trocas são utilizados para o pagamento de impostos e dívidas com fornecedores. A diferença com o ágio amplia a receita do estabelecimento.
O ágio cobrado nas trocas varia muito e vem subindo. Há dez dias, era de 8% para a troca de um cheque. Agora, já se trabalha com taxa de 12%.
Na prática, isso significa que, ao descontar um cheque de 100 pesos, o cliente leva apenas 88 pesos. Os outros 12 pesos ficam com o estabelecimento.
Lecops (certificados da dívida pública com valor de moeda) e os "patacones" (títulos com valor de moeda, emitidos pela Província de Buenos Aires) também podem ser trocados por pesos, com ágios que variam de 8% a 11%.
Na avaliação do "Ambito Financeiro", a Argentina vive um círculo vicioso: o governo não pode emitir pesos para conter a inflação e segurar a cotação do dólar. Com pesos nas mãos, a população tende a buscar proteção na moeda americana. No entanto, a falta de pesos engessa a economia e incentiva as trocas paralelas.
Leia mais no especial sobre Argentina
Supermercados recriam ciranda financeira na Argentina
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A ciranda financeira voltou à Argentina. Cobrar ágio em transações envolvendo troca de pesos por títulos públicos e cheques de contas bloqueadas no curralzinho tornou-se um dos negócios mais rentáveis na paralisada economia local, revela reportagem publicada pelo "Ambito Financeiro". O sucesso das transações é garantido pela crônica falta de pesos.
Os supermercados são os maiores operadores desse mercado paralelo. Funcionam hoje como verdadeiras financeiras. Trocam títulos públicos e cheques (de contas bloqueadas) por pesos com ágios que chegam a 15%. Ganham mais com transações paralelas do que com sua atividade original, avalia o diário econômico argentino.
Com a queda no poder aquisitivo da população e a recessão, essas empresas não têm margem para aumentar os preços, mas possuem boas reservas em pesos e acesso a instrumentos de investimentos mais sofisticados. Empresas de transporte público e casas de espetáculos também aderiram às transações financeiras.
Os cheques e os bônus obtidos com as trocas são utilizados para o pagamento de impostos e dívidas com fornecedores. A diferença com o ágio amplia a receita do estabelecimento.
O ágio cobrado nas trocas varia muito e vem subindo. Há dez dias, era de 8% para a troca de um cheque. Agora, já se trabalha com taxa de 12%.
Na prática, isso significa que, ao descontar um cheque de 100 pesos, o cliente leva apenas 88 pesos. Os outros 12 pesos ficam com o estabelecimento.
Lecops (certificados da dívida pública com valor de moeda) e os "patacones" (títulos com valor de moeda, emitidos pela Província de Buenos Aires) também podem ser trocados por pesos, com ágios que variam de 8% a 11%.
Na avaliação do "Ambito Financeiro", a Argentina vive um círculo vicioso: o governo não pode emitir pesos para conter a inflação e segurar a cotação do dólar. Com pesos nas mãos, a população tende a buscar proteção na moeda americana. No entanto, a falta de pesos engessa a economia e incentiva as trocas paralelas.
Leia mais no especial sobre Argentina
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