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30/01/2002 - 23h06

Empresário Dilson Prado é demitido da presidência da Transbrasil

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WLADIMIR GRAMACHO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os 15 minutos de fama do empresário Dílson Prado da Fonseca duraram nove dias. Hoje, ele foi demitido da presidência da Transbrasil, e a transferência do controle da companhia aérea foi retomada pela família do comandante Omar Fontana, fundador da empresa.

A família Fontana reeditou hoje mais uma solução inusitada para a empresa, a segunda em menos de duas semanas. O novo presidente da Transbrasil é Michel Tuma Ness, 62, que assim como Fonseca é um empresário sem empresas.

"Eu não sou o dono, sou só o presidente", disse à Folha Tuma Ness, que nos últimos anos vinha acumulando a direção da Federação Nacional do Turismo (Fenactur) e do Clube Feijão Amigo.

Sua agência de viagens, a Status, foi vendida há uma década para uma empresa carioca que, pouco tempo depois, fechou as portas.

Amanhã pela manhã, a assembléia de acionistas da empresa deve ratificar a escolha de Tuma Ness e eleger os novos conselheiros e demais membros da diretoria da companhia aérea.

Figura folclórica no meio turístico, mais conhecido como "Michelão", o novo presidente da Transbrasil assinou contrato hoje que não prevê pagamento de salários mas pretende livrar seus bens pessoais em caso de falência da empresa.

"Tenho um contrato com a Transbrasil que diz que não assino cheques nem que sou responsável financeiramente por aquilo que existe para trás nem o que vem pela frente", afirmou Tuma Ness. Como presidente, porém, ele terá seus bens bloqueados se a empresa for à falência, conforme reza a legislação.

"Tive a ajuda de meu advogado, Alécio Jaruchi, para fechar o contrato, pois sou um homem simples, de pouca educação. Fiz o primário [1ª à 4ª série], mas não me lembro nem se cheguei a completar o curso", relatou o novo presidente da Transbrasil.

Ele disse que não sabe quem são os empresários que estão por trás do negócio que vem sendo construído pelo advogado Roberto Teixeira, representante do ex-presidente Antônio Celso Cipriani e da família Fontana.

"Não sei quem são, mas espero que sejam empresários grandes. Nosso plano é ter 10 aviões em um mês para fazer a Transbrasil levantar vôo", afirmou o novo presidente. Primeiro, ele precisa convencer o Departamento de Aviação Civil (DAC) de que isso é viável.

Ao contratarem Tuma Ness, os controladores da companhia aérea tentam se livrar dos problemas que chegaram a bordo da gestão Dílson Fonseca. O empresário goiano acumulava dívidas e problemas com a Infraero, a Embraer, a Receita e empresas de taxi aéreo.

Sua breve presidência foi abortada depois que os controladores se deram conta de que seus problemas só estavam aumentando e de que não poderiam transferir as ações para Fonseca pois elas estão bloqueadas.

Conforme antecipou a Folha na semana passada, qualquer transferência só poderá ser feita quando o inventário de Omar Fontana estiver concluído ou houver um alvará judicial autorizando o negócio, o que até ontem não havia sido obtido.

Procurado hoje pela reportagem, Celso Cipriani disse que não teve nenhuma participação na substituição. "Não sou mais o representante da família. Não confirmou nem desminto nada", afirmou. Dílson Fonseca não foi encontrado para comentar sua dispensa.
 

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