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13/06/2008 - 05h57

Para especialistas, crise de alimentos abre oportunidade para América do Sul

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da Efe, no Rio

Para especialistas, a crise mundial causada pela baixa oferta de alimentos e pelo aumento dos preços abre uma oportunidade para a América do Sul, uma das poucas regiões que ainda podem aumentar sua produção agropecuária.

O papel da América do Sul na crise dos alimentos foi destacado por vários participantes da 15ª Reunião Interamericana em Nível Ministerial em Saúde e Agricultura, encerrada nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.

"Foi aberta uma grande oportunidade para praticamente todos os países da América do Sul. Toda a região tem oportunidade para aumentar sua produção agropecuária", afirmou o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura).

Os países sul-americanos são grandes produtores de matérias-primas agrícolas, e da região procedem 26,3% das exportações mundiais de carne bovina.

"O mundo sempre foi de oferta agropecuária. Hoje o mundo é de demanda. Nos últimos cinco anos consumimos os estoques que tínhamos, sem nos dar conta", afirmou Stephanes, ao indicar que a crise pode se prolongar por vários anos e gerar novos choques de preços.

Produção

Para um membro da delegação paraguaia, "os países do Mercosul têm áreas para aumentar sua produção e condições de aumentar sua produtividade de alimentos".

Segundo documentos apresentados na reunião, a ONU calcula que será necessário que em 2030 o planeta tenha uma produção 50% superior à atual para poder atender à demanda mundial de alimentos.

"É uma oportunidade que se abre, pelo menos para o Brasil, para aumentar sua participação no mercado mundial, e vamos aproveitá-la", afirmou Stephanes, à Efe.

Ele lembrou que embora o Brasil não tenha pretensões de se transformar no "celeiro do mundo", é um país que tem "terra, água, sol, condições geográficas, tecnologia e profissionais qualificados, além de uma estrutura para aumentar a participação da produção de forma significativa no mercado mundial".

Sustentável

Segundo os participantes da reunião, em sua grande maioria vice-ministros e técnicos, a América do Sul é uma das poucas regiões com condições de aumentar sua área de produção e sua produtividade de forma sustentável.

A região possui 344 milhões de cabeças de gado, equivalentes a 25% do rebanho mundial, e que respondem por 20% da produção global de carne bovina. Além disso, concentra 10% das aves e 5,3% dos suínos.

Essas porcentagens lhe permitem gerar 34% das exportações mundiais de carne de frango; 3% das vendas externas de carne suína e 10% das de leite.

O Brasil aproveitou o encontro para anunciar sua intenção de transferir gratuitamente aos demais países latino-americanos toda a tecnologia dominada pela Embrapa, considerada a principal produtora mundial de pesquisa em agricultura tropical.

"O Brasil pode ajudar a atenuar a crise mundial, e está disposto a transferir suas tecnologias para que outros países da região também possam aumentar sua produção excedente e suas exportações", afirmou Stephanes.

O ministro destacou que o Brasil pode aumentar significativamente sua área destinada à pecuária sem diminuir a que usa para a agricultura, nem devastar a Amazônia.

Comentários dos leitores
José Alberto (233) 11/12/2009 13h13
José Alberto (233) 11/12/2009 13h13
Vejam bem politicos e corruptos, não tem diferença,essa merkel está de olho só no nosso petroleo e nada mais, pois quem tocou no assunto de bio combustiveis foi olulala e não ela ela não quer nem saber....disso... sem opinião
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Sebastião Vicentim (59) 16/11/2009 16h18
Sebastião Vicentim (59) 16/11/2009 16h18
Muito alarido, pelo diretor da FAO. ele está fazendo o seu papel. Agora... previsão para 2050 (daqui 40 anos). Será que esse diretor ou os especialistas se lembram do que seria necessário fazer, em 1968 em relação à fome no mundo? Em 40 anos, quais países ainda serão emergentes? É realmente problema de vontade política e de se ensinar e dar condições de "pescar" e não de dar o peixe já frito a esse segmento faminto da sociedade. Soluções estão à mostra a todo momento e para todo mundo. Uma delas é a transferência de tecnologia. Com tanta boa vontade que notamos em nossos líderes mundiais, não seria difícil um consórcio onde se ensinaria e proveria de boa infra-estrutura, de forma eficiente e eficaz, o cultivo, a produção, consumo de alimentos, erradicando a fome no mundo. Medidas nesses moldes não são para 2040, 2050 e sim pra já. A FAO deveria atuar em idéias semelhantes, em reunir nações realmente empenhadas em ajudar o povo faminto desse planeta e não em fazer considerações do que esse ou aquele País deve fazer. sem opinião
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O Pacificador (266) 16/11/2009 13h40
O Pacificador (266) 16/11/2009 13h40
"Países emergentes precisam dobrar produção de alimentos até 2050..."
Aqui no Brasil, podem esquecer.
Sem chance...
Ao menos se continuarem os atos de organizações tipo MST, que invadem, destroem e queimam lavouras, com nossas autoridades assistindo á tudo, imersas no mais profundo e nojento silêncio constrangedor, não vai ter produção suficiente não.
Estamos deixando de ser uma nação do agronegócio, e nos tornando uma republiqueta especializada no "agroterror"...
28 opiniões
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