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Mantega admite que falta dinheiro no mercado, principalmente para exportações
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EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu hoje que a falta de liquidez (dinheiro em circulação), principalmente para financiar os exportadores brasileiros, é o principal problema enfrentado hoje pelo país na economia.
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A afirmação foi feita por meio de nota divulgada após a reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional), que vai obrigar os bancos a aumentar o crédito para esse setor da economia.
"Nosso principal problema é a falta de liquidez, principalmente para financiar as exportações. As medidas anunciadas visam facilitar o acesso ao crédito pelos exportadores e pelas empresas que possam estar tendo problemas de capital de giro", disse o ministro.
Segundo o Mantega, a decisão de hoje auxiliará no restabelecimento do crédito para as empresas exportadoras.
O CMN autorizou o Banco Central a determinar que, nas operações de empréstimos em moeda estrangeira, os recursos sejam direcionados para operações de comércio exterior. O BC também fica autorizado a receber debêntures emitidas por empresas não financeiras nas operações de redesconto.
O ministro esteve reunido hoje pela manhã com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para avaliar "a crise financeira internacional, as medidas já adotadas pelo governo brasileiro e a conjuntura econômica do país".
Participaram também da reunião os secretários da Fazenda e diretores do BC. Diante das conclusões, o governo decidiu pela convocação da reunião extraordinária.
Bancos retraídos
Ontem, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, participou de um encontro no Ministério da Fazenda. Mais tarde, divulgou nota na qual pedia medidas para direcionar o dinheiro do compulsório liberado pelo BC para os exportadores.
"O compulsório não foi reduzido para os bancos ficarem com dinheiro em caixa, mas para que os recursos sejam aplicados e irriguem o mercado. Os bancos estão muito retraídos', disse Monteiro Neto, antes de participar de audiência com o procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Inácio Adams.
Segundo a CNI, os financiamentos para as exportações brasileiras caíram cerca de 80%, ou seja, representam hoje cerca de um quinto do valor disponível antes do acirramento da crise internacional.
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