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Citibank afirma que Brasil é país "estratégico" e descarta venda
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TONI SCIARRETTA
da Folha de S.Paulo
O Citibank brasileiro veio a público ontem para, mais uma vez, negar que esteja à venda no país, apesar da maior crise em seus 197 anos de história. Lucrativo no Brasil, o Citi afirmou que sua operação brasileira tem "importância estratégica" para o grupo --que procura desmembrar e vender ativos para fazer caixa e seguir operando.
Mesmo considerada estratégica, analistas não descartam que o Citi seja obrigado a vender a unidade brasileira, uma das poucas a ter comprador neste momento. O Citi brasileiro interessa especialmente ao Bradesco, que perdeu a liderança no ranking por ativos após a fusão entre Itaú e Unibanco. O presidente mundial do HSBC, Stephen Green, chegou a afirmar no ano passado que não descartava comprar unidades em países como Brasil.
Alvo constante de rumores de aquisição, o Citi brasileiro teve lucro líquido acumulado de R$ 1,279 bilhão de janeiro a setembro de 2008 (última divulgação) -12% mais do que no mesmo período de 2007.
Além de uma presença importante no varejo de alta renda, o Citi brasileiro é um dos líderes no atendimento a grandes empresas, câmbio de moedas, gestão de caixa e emissão de cartões. O banco tem ativos de R$ 40 bilhões e figura como o décimo maior no país. Tem 127 agências e emprega 5.911 funcionários. A carteira de crédito, no entanto, é uma das menores entre os bancos de varejo, com total de R$ 7,1 bilhões.
"De acordo com o anúncio de realinhamento feito hoje [ontem], o Brasil foi confirmado como estratégico para a companhia e para o futuro do Citi dentro da nova estrutura do Citicorp. Não há nenhuma intenção de vender o negócio no país", afirmou o banco em nota.
Segundo o Citi, as mudanças anunciadas ontem na matriz não terão nenhum impacto no Brasil, o que o mercado recebeu com desconfiança. O banco não detalhou qual será o futuro de sua financeira, a Citi Financial, no país. Pelo comunicado divulgado ontem, o financiamento ao consumo será desmembrado do banco comercial.
O Citi também aprovou a fusão de sua corretora, a Smith Barney, com as operações de corretagem do Morgan Stanley. No Brasil, esses negócios estão espalhados em três unidades: a corretora do Morgan, a do próprio Citi e a Intra, que atua com pessoa física e foi comprada no ano passado por cerca de R$ 150 milhões.
Apesar da sobreposição, o Citi afirma que não cancelará a compra da Intra, como chegou a ser comentado no mercado.
"A operação e a estrutura organizacional da franquia no Brasil não sofrerão nenhum impacto e continuarão sob a liderança de Gustavo Marin [presidente]", afirmou a nota.
Além do banco, o Citigroup tem ainda uma participação de 17% da Redecard, empresa de processamento de cartões, estimada em cerca de R$ 3 bilhões. As ações da Redecard tiveram baixa ontem de 4,66%.
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