Publicidade
Publicidade
07/08/2002
-
18h23
SANDRA MANFRINI
ELAINE COTTA
SERGIO RIPARDO
da Folha Online, em Brasília e SP
O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou hoje a liberação de um pacote de socorro de US$ 30 bilhões ao Brasil.
O acordo vale por 15 meses e inclui o primeiro ano do próximo presidente. US$ 6 bilhões serão liberados ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, neste ano. Os outros US$ 24 bilhões restantes deverão ficar para 2003, sob o comando do novo presidente.
O FMI apertou um pouco mais sua exigência fiscal. Elevou a meta de superávit primário de 3,5% do PIB, do último acordo, para os 3,75% que o governo já tinha espontaneamente se comprometido. É com o dinheiro economizado no superávit primário que o governo paga os juros de sua dívida.
O piso das reservas internacionais foi reduzido ainda mais que o previsto. Caiu de US$ 15 bilhões para apenas US$ 5 bilhões, e não US$ 10 bilhões como era esperado. Com isso, amplia-se em mais US$ 10 bilhões a margem para o governo intervir no câmbio.
Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foram fechados outros dois acordos com o FMI (Fundo Monetário Internacional), sem contar esse último, anunciado hoje. O primeiro, foi fechado em novembro de 1998, logo depois do agravamento da crise russa.
Terceiro socorro
Esse acordo de ajuda financeira significou um empréstimo de US$ 41,5 bilhões. Deste total, US$ 18 bilhões foram recursos do próprio FMI e outros US$ 9 bilhões, do Bird (Banco Mundial) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), sendo US$ 4,5 bilhões de cada um dos organismos.
Além disso, houve no acordo um montante de US$ 14,5 bilhões da cooperação de vários países da União Européia, Estados Unidos, Japão e Canadá.
O acordo fechado em novembro de 1998 previa metas de ajuste fiscal até o final de 2001. Foram definidas metas de superávits primários (receitas menos despesas sem incluir despesas com juros) a cada trimestre e todas foram cumpridas. A cada revisão do acordo, feita pela missão técnica do FMI, o país tinha direito a um novo saque dos recursos disponibilizados. O Brasil não chegou a sacar todos os recursos a que tinha direito neste acordo.
Apesar disso, em setembro de 2001, quando o país se preparava para encerrar o programa com o FMI, as turbulências do mercado internacional, o atentado de 11 de setembro aos Estados Unidos e a crise da Argentina, forçaram o governo brasileiro a assinar um novo acordo com o Fundo.
Esse novo acordo colocou à disposição do país US$ 15,650 bilhões e cancelou o crédito restante do acordo de 1998. Já em setembro de 2001, o Brasil sacou US$ 4,7 bilhões da nova linha como forma de reforçar as reservas internacionais e acalmar os investidores.
Em abril deste ano, o governo brasileiro chegou a pagar US$ 4,2 bilhões ao FMI, praticamente quitando o saque de setembro de 2001. No entanto, com o aumento da volatilidade do mercado, agravamento da crise argentina, desaceleração da economia mundial e proximidade das eleições presidenciais brasileiras, o governo brasileiro teve que recorrer ao FMI em junho e sacar cerca de US$ 10 bilhões do acordo de setembro último.
Leia mais:
FHC fechou três acordos com o FMI; confira o histórico
Mercado vê dólar abaixo de R$ 3 nesta quinta
Dólar fecha a R$ 3,015, em contagem regressiva para pacote do FMI
Ciro se recusa a comentar acordo do governo com FMI
Serra elogia acordo firmado pelo governo FHC com o FMI
Ciro quer BC independente do governo; Lula e Garotinho são contra
Equipe econômica faz série de reuniões antes do anúncio do acordo
Veja a cronologia das negociações para o novo acordo com FMI
FMI libera US$ 30 bilhões para o Brasil
Publicidade
ELAINE COTTA
SERGIO RIPARDO
da Folha Online, em Brasília e SP
O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou hoje a liberação de um pacote de socorro de US$ 30 bilhões ao Brasil.
O acordo vale por 15 meses e inclui o primeiro ano do próximo presidente. US$ 6 bilhões serão liberados ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, neste ano. Os outros US$ 24 bilhões restantes deverão ficar para 2003, sob o comando do novo presidente.
O FMI apertou um pouco mais sua exigência fiscal. Elevou a meta de superávit primário de 3,5% do PIB, do último acordo, para os 3,75% que o governo já tinha espontaneamente se comprometido. É com o dinheiro economizado no superávit primário que o governo paga os juros de sua dívida.
O piso das reservas internacionais foi reduzido ainda mais que o previsto. Caiu de US$ 15 bilhões para apenas US$ 5 bilhões, e não US$ 10 bilhões como era esperado. Com isso, amplia-se em mais US$ 10 bilhões a margem para o governo intervir no câmbio.
Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foram fechados outros dois acordos com o FMI (Fundo Monetário Internacional), sem contar esse último, anunciado hoje. O primeiro, foi fechado em novembro de 1998, logo depois do agravamento da crise russa.
Terceiro socorro
Esse acordo de ajuda financeira significou um empréstimo de US$ 41,5 bilhões. Deste total, US$ 18 bilhões foram recursos do próprio FMI e outros US$ 9 bilhões, do Bird (Banco Mundial) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), sendo US$ 4,5 bilhões de cada um dos organismos.
Além disso, houve no acordo um montante de US$ 14,5 bilhões da cooperação de vários países da União Européia, Estados Unidos, Japão e Canadá.
O acordo fechado em novembro de 1998 previa metas de ajuste fiscal até o final de 2001. Foram definidas metas de superávits primários (receitas menos despesas sem incluir despesas com juros) a cada trimestre e todas foram cumpridas. A cada revisão do acordo, feita pela missão técnica do FMI, o país tinha direito a um novo saque dos recursos disponibilizados. O Brasil não chegou a sacar todos os recursos a que tinha direito neste acordo.
Apesar disso, em setembro de 2001, quando o país se preparava para encerrar o programa com o FMI, as turbulências do mercado internacional, o atentado de 11 de setembro aos Estados Unidos e a crise da Argentina, forçaram o governo brasileiro a assinar um novo acordo com o Fundo.
Esse novo acordo colocou à disposição do país US$ 15,650 bilhões e cancelou o crédito restante do acordo de 1998. Já em setembro de 2001, o Brasil sacou US$ 4,7 bilhões da nova linha como forma de reforçar as reservas internacionais e acalmar os investidores.
Em abril deste ano, o governo brasileiro chegou a pagar US$ 4,2 bilhões ao FMI, praticamente quitando o saque de setembro de 2001. No entanto, com o aumento da volatilidade do mercado, agravamento da crise argentina, desaceleração da economia mundial e proximidade das eleições presidenciais brasileiras, o governo brasileiro teve que recorrer ao FMI em junho e sacar cerca de US$ 10 bilhões do acordo de setembro último.
Leia mais:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice