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20/08/2002
-
08h14
FLÁVIA SANCHES
da Folha de S.Paulo, em Washington e Brasília
O governo brasileiro deverá anunciar nos próximos dias as datas dos encontros que terá com representantes de bancos europeus e norte-americanos a fim de tentar convencê-los a manter linhas comerciais (para financiamento de comércio exterior) para o país. As restrições ao crédito têm contribuído de maneira importante para a alta do dólar.
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem que enviará o ministro Pedro Malan (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, aos centros financeiros no exterior para convencer os bancos internacionais a reabrir o crédito.
O anúncio foi feito logo após as conversas do presidente com os quatro candidatos à Presidência da República no Palácio do Planalto. A decisão do presidente de enviar os dois ministros aos mercados americanos e europeus foi tomada na manhã de ontem.
A edição de ontem do "Washington Post" informou que a primeira reunião se realizaria hoje na sede do Fed (o banco central dos EUA) em Nova York. No entanto, a informação foi desmentida à Folha pelo Fed e por fontes do Ministério da Fazenda.
"Já cedemos antes espaço para o governo brasileiro promover reuniões dessa natureza em Nova York, inclusive em 2002", disse à Folha Peter Bakstansky, vice-presidente sênior do Fed de Nova York (seção regional do banco central norte-americano). "Mas não há nada marcado para amanhã (hoje)".
Em duas semanas
A Folha apurou que a viagem deve ocorrer no máximo em duas semanas, ou seja, até a primeira semana de setembro. O governo acredita que não teria muito sentido esperar mais. Armínio e Malan passaram parte do início da noite de ontem acertando detalhes da viagem no Ministério da Fazenda.
Na última sexta-feira, o BC (Banco Central) anunciou que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, percorrerão os principais centros financeiros internacionais para convencer os dirigentes de bancos estrangeiros a reabrir ou a manter suas linhas de crédito ao comércio exterior. O primeiro desses encontros deverá ser realizado na Europa -BCs europeus têm recomendado aos bancos que evitem o aumento de sua exposição ao Brasil.
Dados não atualizados do BIS (Banco para Compensações Internacionais) mostram que a exposição de bancos americanos ao Brasil era de US$ 25 bilhões em março passado. O banco com maior exposição ao Brasil naquela data era o Citibank, com US$ 11,4 bilhões. O segundo banco com maior exposição ao Brasil era o FleetBoston, com US$ 10,4 bilhões, seguido do J.P. Morgan Chase (US$ 2,7 bilhões) e do Bank of America (US$ 2 bilhões).
Malan e Fraga
A estratégia seria parecida com a que foi implementada em 1999, quando ambos integraram uma missão da área econômica que fez visitas a vários países para explicar a situação do país a banqueiros europeus e norte-americanos.
Na próxima semana, Armínio deve aproveitar viagem à Basiléia, na Suíça, para conversar com presidentes de bancos centrais a respeito do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), das negociações para a transição de governo e para explicar a situação da economia brasileira.
Malan irá aos Estados Unidos na segunda quinzena de setembro para a reunião anual do FMI e do Bird (Banco Mundial). Também vai aproveitar as reuniões para explicar a investidores estrangeiros a situação da economia brasileira.
Várias conversas entre membros do governo e os bancos têm acontecido. O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, e o chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy, vêm conversando com os bancos desde antes do anúncio do acordo com o FMI.
Brasil vai a bancos estrangeiros pedir reabertura de crédito
MARCIO AITHFLÁVIA SANCHES
da Folha de S.Paulo, em Washington e Brasília
O governo brasileiro deverá anunciar nos próximos dias as datas dos encontros que terá com representantes de bancos europeus e norte-americanos a fim de tentar convencê-los a manter linhas comerciais (para financiamento de comércio exterior) para o país. As restrições ao crédito têm contribuído de maneira importante para a alta do dólar.
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem que enviará o ministro Pedro Malan (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, aos centros financeiros no exterior para convencer os bancos internacionais a reabrir o crédito.
O anúncio foi feito logo após as conversas do presidente com os quatro candidatos à Presidência da República no Palácio do Planalto. A decisão do presidente de enviar os dois ministros aos mercados americanos e europeus foi tomada na manhã de ontem.
A edição de ontem do "Washington Post" informou que a primeira reunião se realizaria hoje na sede do Fed (o banco central dos EUA) em Nova York. No entanto, a informação foi desmentida à Folha pelo Fed e por fontes do Ministério da Fazenda.
"Já cedemos antes espaço para o governo brasileiro promover reuniões dessa natureza em Nova York, inclusive em 2002", disse à Folha Peter Bakstansky, vice-presidente sênior do Fed de Nova York (seção regional do banco central norte-americano). "Mas não há nada marcado para amanhã (hoje)".
Em duas semanas
A Folha apurou que a viagem deve ocorrer no máximo em duas semanas, ou seja, até a primeira semana de setembro. O governo acredita que não teria muito sentido esperar mais. Armínio e Malan passaram parte do início da noite de ontem acertando detalhes da viagem no Ministério da Fazenda.
Na última sexta-feira, o BC (Banco Central) anunciou que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, percorrerão os principais centros financeiros internacionais para convencer os dirigentes de bancos estrangeiros a reabrir ou a manter suas linhas de crédito ao comércio exterior. O primeiro desses encontros deverá ser realizado na Europa -BCs europeus têm recomendado aos bancos que evitem o aumento de sua exposição ao Brasil.
Dados não atualizados do BIS (Banco para Compensações Internacionais) mostram que a exposição de bancos americanos ao Brasil era de US$ 25 bilhões em março passado. O banco com maior exposição ao Brasil naquela data era o Citibank, com US$ 11,4 bilhões. O segundo banco com maior exposição ao Brasil era o FleetBoston, com US$ 10,4 bilhões, seguido do J.P. Morgan Chase (US$ 2,7 bilhões) e do Bank of America (US$ 2 bilhões).
Malan e Fraga
A estratégia seria parecida com a que foi implementada em 1999, quando ambos integraram uma missão da área econômica que fez visitas a vários países para explicar a situação do país a banqueiros europeus e norte-americanos.
Na próxima semana, Armínio deve aproveitar viagem à Basiléia, na Suíça, para conversar com presidentes de bancos centrais a respeito do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), das negociações para a transição de governo e para explicar a situação da economia brasileira.
Malan irá aos Estados Unidos na segunda quinzena de setembro para a reunião anual do FMI e do Bird (Banco Mundial). Também vai aproveitar as reuniões para explicar a investidores estrangeiros a situação da economia brasileira.
Várias conversas entre membros do governo e os bancos têm acontecido. O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, e o chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy, vêm conversando com os bancos desde antes do anúncio do acordo com o FMI.
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