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Membros do BID pedem capitalização do organismo
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da Efe, em Medelín
A capitalização do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em tempos de turbulência econômica será o centro de um intenso debate neste domingo, durante o Conselho de Governadores do organismo financeiro, cujos membros afirmaram no sábado, em sua maioria, que apoiam novos recursos para ele.
O BID, que faz na cidade colombiana de Medelín sua 50ª assembleia de governadores, acredita que a chegada da China como país-membro permita à região atenuar os estragos causados pela crise econômica com mais crédito, investimentos e comércio.
O governador do Banco Popular (banco central) da China, Zhou Xiaochuan, reconheceu que o mundo atravessa "um momento muito difícil" e defendeu uma capitalização que permita ao BID conceder mais crédito, além de defender uma reestruturação do sistema financeiro internacional para evitar futuras crises.
A China, membro do BID desde janeiro, embora não faça parta da América, ofereceu ajuda aos países da América Latina e do Caribe para superar a crise com investimentos e maior cooperação financeira.
Além disso, disse estar disposta "a aproveitar esta oportunidade para melhorar a cooperação das relações financeiras e comerciais".
Presente na reunião, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, disse que espera um setor financeiro "mais conservador" uma indústria de bens e serviços mais moderna.
Ele apostou que no futuro "haverá muito dinheiro para ganhar no campo das finanças, mas não simplesmente construindo castelos de areia ou de cartas, e sim criando 'a economia do amanhã'".
Além disso, disse que as "políticas sólidas" do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama --que tem diversos ex-colaboradores dele no atual governo, inclusive sua mulher, Hillary Clinton, como secretária de Estado-- permitirão que os Estados Unidos saiam da crise.
"O presidente Obama teve um enfoque basicamente correto, eu apoiei o plano de estímulo econômico, mas temos que fazer algo para manter viva a economia americana enquanto as reformas financeiras forem surtindo efeito", disse Clinton.
O secretário-geral da Comunidade Ibero-americana, Enrique Iglesias, também afirmou que a Cúpula do G20 (Grupo dos Vinte, que reúne os países mais ricos e principais emergentes), marcada para quinta-feira em Londres, "vai orientar o mundo para ma nova arquitetura financeira".
Iglesias disse que "o mundo do futuro tem que estar mais bem regulado", por isso disse que a reunião de Londres será uma oportunidade para dar os primeiros passos, "porque a estrutura financeira construída nas últimas décadas fracassou".
É imprescindível "um FMI (Fundo Monetário Internacional) mais capitalizado, é preciso capitalizar o BID e a CAF (Corporação Andina de Fomento)", disse Iglesias, ao defender a importância de que a assembleia do BID "tenha essa posição".
A contribuição com novos recursos também é apoiada por vários dos membros do BID.
O ministro boliviano de Planejamento do Desenvolvimento, Noel Aguirre, disse esperar que se "democratizem" os créditos e se ofereçam medidas concretas para ajudar a superar a crise na América Latina.
A ministra equatoriana de Finanças, María Elsa Viteri, afirmou que o BID "deveria olhar mais para o sul".
O presidente do BID proporá neste domingo ao Conselho de Governadores uma capitalização da instituição que lhe daria somente neste ano o crédito recorde de US$ 18 bilhões, e, por enquanto, conseguiu o apoio público de alguns países, entre eles Colômbia, Chile, Peru e Bolívia.
O projeto, no entanto, enfrenta as reservas dos Estados Unidos, pois legisladores influentes questionaram essa operação financeira, depois que o BID registrou entre julho de 2007 e dezembro de 2008 uma perda contábil de US$ 1,9 bilhão.
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