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27/09/2002 - 16h31

Preço do chocalate pode disparar com crise na Costa do Marfim

da France Presse, em Paris

A crise política que afeta a Costa de Marfim, o maior produtor mundial de cacau, elevou o preço desta matéria-prima aos seus mais altos níveis nos últimos 15 anos, e pode provocar uma disparada do preço das barras de chocolate.

"Estamos na expectativa. A crise só afeta cidades marfinenses. Esperemos que não chegue ao campo no momento em que começarem as primeiras colheitas. Os preços do cacau sofreriam então um novo acesso de febre que poderia fazer subir os preços dos tabletes e dos bombons de chocolate'', disse preocupado Sylvain Margou, secretário nacional da câmara sindical nacional da chocolateria.

Nos últimos dias, a tonelada do cacau chegou a 1.500 libras em Londres e a US$ 2.000 em Nova York.

Paul Ducasse, diretor-geral da Weiss Margainne, uma fábrica com sede há 120 anos em Saint-Etienne (centro da França), com uma produção anual de 500 toneladas para um faturamento de 7,7 milhões de euros, espera uma alta de 6% do preço do tablete nos próximos meses e mais de 10% para o chocolate chamado ''de cobertura'', destinado ao uso industrial, às confeitarias e aos restaurantes.

''A crise chega no pior momento. Graças ás boas chuvas, a colheita se anunciava ótima, com uma produção de mais de 1,2 milhão de toneladas de cacau que teria detido a especulação que há dois ou três anos afeta os preços do cacau'', estimou Ducasse.

Ele teme dificuldades no transporte dos grãos de cacau para o porto de Abidjã devido a um motim de uma parte do exército, apresentado pelo governo como uma tentativa de golpe de Estado.

O cacau, a bebida sagrada do deus dos astecas, continua sendo cultivado na América Latina, de onde provêm os melhores grãos, mas sua plantação se estende a todas as zonas tropicais da África e da Ásia.

Depois de uma queda entre 1998 e 2000 devido à superprodução de alguns países como Costa de Marfim - número um mundial, com mais de 40% do mercado - ou da Indonésia, os preços voltaram a subir por causa de uma demanda permanente dos países consumidores, com a Rússia e os países da Europa Oriental à frente, diante de uma oferta medíocre.

''No ano passado faltaram entre 100.000 e 150.000 toneladas. Os preços se multiplicaram por quatro ou por cinco em dois ou três anos'', assinalou Ducasse.
 

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