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26/09/2000 - 12h18

Caixa admite que correção do FGTS ameaça financiamentos

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    FABIANA FUTEMA
    do Folha Online, em Guarulhos
    IVONE PORTES
    do FolhaNews

    O presidente da Caixa Econômica Federal, Emílio Carazzai, admitiu hoje em Guarulhos que o pagamento da correção do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) poderá vir a comprometer, no futuro, os financiamentos habitacionais que dependem de recursos do fundo.

    Ele disse, no entanto, que, por enquanto, os financiamentos habitacionais não deverão sofrer cortes.

    Carazzai acredita que a instituição não terá problemas em conseguir verbas para financiamento habitacional com recursos do próprio FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

    Do orçamento previsto para este ano de 2,4 bilhões para financiamento habitacional com recursos do FGTS, a Caixa dispõe apenas de mais R$ 300 milhòes para emprestar até dezembro.

    Para contornar essa escassez, Carazzai acredita que o Conselho Curador do FGTS não trará empecilhos para o pedido da Caixa de liberação de uma verba adicional de R$ 1,2 bilhão.

    "Os financiamentos habitacionais não serão comprometidos com a decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de pagar a correção do Fundo de Garantia com o próprio patrimônio do fundo'', disse.

    Solução
    Carazzai disse que a solução para a manutenção do patrimônio do FGTS está no acordo entre o governo e as centrais sindicais.

    Segundo ele, os programas de financiamento habitacional, saneamento básico e infra-estrutura dependem do patrimônio do FGTS.

    O problema é que o governo decidiu, na semana passada, pagar os expurgos do FGTS com patrimônio do próprio fundo.

    A dívida é estimada em R$ 43 bilhões e o FGTS tem uma disponibilidade de apenas R$ 9 bilhões.

    "Se todos entrarem em um acordo não faltará dinheiro para nenhum desses programas e o patrimônio do fundo será preservado", disse Carazzai.

    Embora queira afastar a possibilidade de quebradeira do FGTS, Carazzai admitiu que a maneira de corrigir as contas do fundo será decidida pelo governo federal e Ministério do Trabalho e que a Caixa é "mera gestora do fundo". "Faremos apenas o que o governo decidir."

    Carazzai acredita que ninguém, nem governou ou sociedade, queira que o FGTS quebre com o pagamento da dívida da correção do FGTS.

    "O presidente garantiu que será encontrada uma solução que garanta o pagamento da dívida sem comprometer os programas de financiamento habitacional e de saneamento básico e infra-estrutura", afirmou ele.

    Apesar da confiança, ele admitiu que a disponibilidade de R$ 9 bilhões do FGTS não cobre uma dívida de R$ 43 bilhões e que isso pode comprometer a longo prazo as linhas de financiamento habitacional.

    "Os financiamentos de 2000 já estão garantidos. Não podemos fazer previsões negativas antes de ver a publicação do acórdão do STF (Supremo Tribunal Federal)."

    Em agosto, o STF reconheceu o direito à correção do FGTS para 33 trabalhadores do Rio Grande do Sul.

    Na semana passada, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o mesmo direito seria estendido a todos os trabalhadores do país.

    De acordo com FHC, o Ministério do Trabalho vai discutir com as centrais sindicais uma forma de estabelecer a correção.

    Só que essa discussão só vai acontecer depois que a AGU (Advocacia Geral da União) fizer uma análise do acórdão do julgamento do STF.

    E-mail: fabiana.futema@folha.com.br


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