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27/10/2002 - 18h13

Economistas prevêem 2003 difícil para Lula, mas com crescimento

LUCIANA COELHO
da Folha Online

O lento crescimento da economia global e o atual patamar do dólar, dos juros e da inflação no Brasil produzirão um quadro pouco favorável para o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito hoje presidente do Brasil. Mesmo assim, alguns economistas apostam que 2003 será um ano de crescimento.

"Será um começo de ano difícil, cujas condições já estão todas dadas", diz Fábio Silveira, economista da MB Associados. "Mesmo assim, acho que há um potencial para que as exportações cresçam no ano que vem. Estamos revendo as projeções, mas há espaço para o crescimento da economia."

O economista cita obstáculos que o próximo presidente encontrará e que independem de sua vontade política: no cenário externo, o crescimento econômico é lento e os preços do petróleo operam a níveis históricos, enquanto o quadro interno traz o dólar a quase R$ 4 e o aumento do endividamento das empresas.

"Agora, para retomar o crescimento, é importante não se afastar de três paradigmas: o controle da inflação, o controle fiscal e a implementação de uma política de expansão da exportação".

A opinião de Silveira vai ao encontro do que tem defendido boa parte dos economistas, mas está longe de ser unanimidade. Para o economista Paulo Mallman, o crescimento econômico virá exatamente de uma ruptura com um dos paradigmas do atual modelo, as altas taxas de juros com instrumento para controlar a inflação.

"É hora de romper com esse descaso que há. O que precisamos é produzir crescimento, e para isso é preciso baixar a taxa de juros", disse Mallman.

A redução da taxa básica de juros, hoje em 21% ao ano, é uma das metas do programa econômico do PT. Juros altos detêm a inflação, mas por outro lado inibem o crescimento econômico por tornar o crédito (empréstimos e financiamentos) mais caros.

Mallman crê que o próximo governo está pronto para implementar tais mudanças e viabilizar o crescimento, embora faça as mesmas ressalvas feitas por Silveira em relação ao ambiente econômico que Lula encontrará. "Vamos ter um ano de 2003 e possivelmente, 2004, difíceis, mas o PT tem quadros para enfrentar essa transição."
 

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