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28/10/2002
-
07h30
da Folha Online
Reticente, mas otimista. É assim que o mercado inaugura hoje uma nova fase, na qual o sobe-e-desce será alimentado por discursos e ações concretas e não por expectativas impalpáveis, como ocorreu nos últimos meses.
O país já tem oficialmente seu novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, eleito ontem. Agora, as declarações do futuro governo deixam o terreno especulativo para ganharem caráter oficial, ocupando o centro das atenções do mercado.
Dentro do país, a previsão é de um ano difícil. Economistas entrevistados pelo FolhaNews prevêem solavancos e obstáculos para o novo governo, que herdará uma economia titubeante, caminhando em um estreito limite entre a estabilidade e a perda do controle sobre preços.
Mesmo assim, os analistas reiteram que as condições para a retomada do crescimento e a boa vontade do novo governo em efetivá-las existem. É verdade que estas estão sujeitas à economia internacional, que vacila entre os altos preços do petróleo e a crise de credibilidade das empresas, bem como ao sucesso do atual governo em sua reta final.
Mas existem, e segundo os analistas, têm sua essência no incentivo às exportações e no controle da inflação, dois compromissos insistentemente reafirmados pelo PT.
Já fora do país, é dada com certa a ruptura com o atual modelo econômico, e a dúvida reside na violência desta ruptura.
A maior parte dos investidores e analistas demonstrou, nas duas últimas semanas, que concederá ao novo governo, em sua fase embrionária, o benefício da dúvida. Para estes, o caminho da ruptura aponta o crescimento econômico e a solidificação das instituições democráticas, seguindo os passos do México e do Chile.
Mas há também uma parcela descrente, que desconfia do Lula moderado da campanha presidencial e pé assombrada pelo radicalismo que marca o passado do PT. Para estes, a mudança proposta pelo novo governo pode levar o país pelo mesmo caminho conturbado tomado pela Venezuela e pela Argentina.
Hoje o dia é de cálculos e reavaliação. Cada palavra do novo governo - não só de Lula, mas daqueles que o rodeiam -será pesada e gerará novas projeções e prospectos.
O mercado insistiu, nessas últimas semanas, que a vitória de Lula já está nos preços dos ativos brasileiros - no câmbio, no mercado de dívida, no risco-país e na Bolsa - e que há inclusive uma "sobretaxa" pela dúvida.
Agora, as dúvidas aos poucos serão extirpadas. Resta saber se a palavra do PT e a palavra do mercado são para valer.
De presidente novo, mercado se esforça para ser otimista
LUCIANA COELHOda Folha Online
Reticente, mas otimista. É assim que o mercado inaugura hoje uma nova fase, na qual o sobe-e-desce será alimentado por discursos e ações concretas e não por expectativas impalpáveis, como ocorreu nos últimos meses.
O país já tem oficialmente seu novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, eleito ontem. Agora, as declarações do futuro governo deixam o terreno especulativo para ganharem caráter oficial, ocupando o centro das atenções do mercado.
Dentro do país, a previsão é de um ano difícil. Economistas entrevistados pelo FolhaNews prevêem solavancos e obstáculos para o novo governo, que herdará uma economia titubeante, caminhando em um estreito limite entre a estabilidade e a perda do controle sobre preços.
Mesmo assim, os analistas reiteram que as condições para a retomada do crescimento e a boa vontade do novo governo em efetivá-las existem. É verdade que estas estão sujeitas à economia internacional, que vacila entre os altos preços do petróleo e a crise de credibilidade das empresas, bem como ao sucesso do atual governo em sua reta final.
Mas existem, e segundo os analistas, têm sua essência no incentivo às exportações e no controle da inflação, dois compromissos insistentemente reafirmados pelo PT.
Já fora do país, é dada com certa a ruptura com o atual modelo econômico, e a dúvida reside na violência desta ruptura.
A maior parte dos investidores e analistas demonstrou, nas duas últimas semanas, que concederá ao novo governo, em sua fase embrionária, o benefício da dúvida. Para estes, o caminho da ruptura aponta o crescimento econômico e a solidificação das instituições democráticas, seguindo os passos do México e do Chile.
Mas há também uma parcela descrente, que desconfia do Lula moderado da campanha presidencial e pé assombrada pelo radicalismo que marca o passado do PT. Para estes, a mudança proposta pelo novo governo pode levar o país pelo mesmo caminho conturbado tomado pela Venezuela e pela Argentina.
Hoje o dia é de cálculos e reavaliação. Cada palavra do novo governo - não só de Lula, mas daqueles que o rodeiam -será pesada e gerará novas projeções e prospectos.
O mercado insistiu, nessas últimas semanas, que a vitória de Lula já está nos preços dos ativos brasileiros - no câmbio, no mercado de dívida, no risco-país e na Bolsa - e que há inclusive uma "sobretaxa" pela dúvida.
Agora, as dúvidas aos poucos serão extirpadas. Resta saber se a palavra do PT e a palavra do mercado são para valer.
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